Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
A erotização apresentada pela mídia
tem trazido precocidade para o processo de descoberta da sexualidade.
Precisamos dar uma parada para pensar
sobre o que nossos filhos estão assistindo e ouvindo. Hoje quase não
encontramos famílias que se preocupam com o que estão oferecendo para nossas
crianças, não selecionam músicas ou programas, até pela falta de tempo.
Desta forma, nossos pequenos estão
expostos a um linguajar e a modelos bem distantes da faixa etárias deles. Como
são movidos por exemplos, repetem comportamentos de adultos e não é raro
encontrar crianças cantando músicas seguidas de danças erotizadas.
É claro que uma criança tem a sua
pureza, mas não é assexuada. Porém a forma de apresentar a sua sexualidade é
que tem trazido preocupações e espanto. A sexualidade tem uma evolução natural.
Freud já destacava isso: fase oral, anal, fálica, latência e genital.
A criança brincar com o corpo, uma
brincadeira que leva ao toque e a sensações, parece inaceitável para os pais.
Um reforço ao pensamento da assexualidade dos filhos. Encontrar um filho se
masturbando, para muitos, é um choque! E para piorar, muitas vezes nos
deparamos com famílias criando historinhas recheadas de inverdades sobre as
curiosidades dos filhos de como um bebê é gerado.
Sabendo que existe um instinto
natural que, ao amadurecer, a criança vai percorrendo pelas fases que Freud
tanto estudou e nos presenteou com seu saber, promover o acesso a filmes,
vídeos, clipes, músicas e diálogos que podem remeter a criança a uma fase para
a qual ainda não possui amadurecimento, por exemplo, ao cantar e dançar uma
música que fala de sexo e a dança é erótica e sensual, ela fará por imitação,
mas ao entender o significado, se sentirá desperta pela atração que conseguiu
obter dos que assistem a ela. Desta forma, começará a prestar mais atenção às
atitudes dos adultos do que às das crianças e adolescentes de sua faixa etária.
Sem dúvida nenhuma, isso gerará um grande prejuízo à formação da mesma.
Para entender ainda mais as fases e
procurar não as antecipar, vamos relembrar os ensinamentos de FREUD:
* 0 a 1 ano – Fase Oral – A boca é o centro da atenção, é o
que o faz ter contato com o mundo. O aprendizado se dá com a experiência de ser
saciado pelo seio da mãe, gerando uma enorme sensação de bem-estar. Por buscar
este prazer, o bebê leva tudo à boca.
* 2 a 4 anos – Fase Anal – Descobrindo que é possível
controlar o esfíncter, o ânus passa a ser uma região de satisfação. Encara as
fezes como um presente que vem de dentro para a mamãe que, muitas vezes, faz
festa pelo feito. Pode ocorrer também de a criança se tornar irritada e até
agressiva porque, ao realizar a evacuação, passará por uma higiene, levando-a a
perceber a necessidade de cuidados, muitas vezes, gerando impaciência e
rejeição.
* 4 a 6 anos – Região Genital – Chega aí a descoberta das
diferenças anatômicas dos sexos através das genitálias. As fantasias chegam a
respeito dessas diferenças. As crianças acreditam que as meninas passaram por
uma castração por não possuírem pênis. Período em que a criança se aproxima da
mãe e entra em um processo de concorrência com o pai. Já a menina passa pelo
processo inverso: aproxima-se do pai e entra em processo de crítica e
afastamento da mãe.
* 6 a 11 anos – Latência – Uma volta às atividades
socialmente aceitas e atividades escolares. Um período do clube dos “Bolinhas”
e das “Luluzinhas”.
* A partir dos 11 anos – Fase Genital – Retorno às sensações
e aos impulsos sexuais. Desperta para o sexo oposto fora do vínculo familiar.
Interessa-se por um objeto de amor. Na busca da identidade, sofre o luto da
perda da infância.
Sabendo desse percorrer do
amadurecimento, devemos ficar bem atentos a nossos filhos e procurar ajudá-los
a experimentar cada fase de forma sadia, sem sofrimento e sem precocidade.
Dependendo de como agimos, podemos gerar um conflito de sentimentos e até um
excesso de atenção à sexualidade além do que é natural.
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