O QUE NOSSOS
FILHOS ESTÃO APRENDENDO SOBRE O AMOR?
Fabíola
Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga-
Psicopedagoga
Terapeuta
de Família e Casais
O que nossos filhos estão aprendendo
sobre os diversos tipos de amor: amor de amigo, amor de irmão, amor de primo,
amor de mãe, amor de pai, amor de vizinho, amor de avó, amor de avô, amor de
amor.
Encontrei uma criança
com ar de muito preocupada. Sentei perto e “puxei um papo”. Aos poucos fui
conquistando sua simpatia e segurança e ela revelou a sua preocupação. Estava
encucada e pensativa se ela era homossexual. Perguntei o que sabia sobre
homossexualidade e, aos 10 anos, ela me deu uma aula. Diante do conceito
oferecido por ela, perguntei o que a fazia pensar que era homossexual e,
aflita, me disse: “amo minha melhor amiga”.
Então, perguntei como
era esse amor, o que sentia, o que pensava. Ela, empolgadamente, disse que
adorava brincar, fazer tarefa, telefonar, conversar e rir com a amiga e que não
conseguia mais ver sua vida sem a companhia dela. Olhei-a, com ar de
mistério disse-lhe: “sério???”. Ela abaixou os olhos e eu completei: “tenho a
resposta para a sua dúvida”. Comecei a lhe explicar que ela estava tendo um
lindo amor de amiga.
Entendi perfeitamente a
confusão da cabecinha dela. É só parar para observar o mundo atual. Os vários
tipos de relacionamento existentes hoje, propagados pela televisão, filmes e
locais públicos estão trazendo uma ideia de amor entre duas pessoas focadas em
relacionamento sexual e esquecendo-se de mostrar que podemos amar pessoas do
mesmo sexo sem o interesse sexual. Fiz-me entender?
Nesse momento entra os
vários tipos de amor. Se amo minha amiga pelo que ela representa para mim como
pessoa, não significa que a amo ao ponto de transformá-la em minha companheira
de relacionamento sexual. Porém o excesso de informações focadas na sexualidade
está trazendo uma mensagem completamente equivocada para os nossos jovens sobre
o amor. A facilidade de dizer “TE AMO” é outro agravante. Antes "te
amo" era para os casais e familiares, hoje a expressão tem sido usada sem
o mínimo de cuidado ao verdadeiro sentido da mesma. Acabam de conhecer uma
pessoa e ela já vira melhor amiga e já escuta TE AMO.
Toda essa mistura tem
causado um verdadeiro rebuliço na cabeça dos pequenos. E acontece bem na
entrada da adolescência onde tudo encuca e onde ocorre o maior número de
“zoações”.
Como os adultos também
entraram nessa onda, que irei chamar de “excesso de sentimentos”, nossas
crianças estão sem exemplo. De repente flagram a pessoa da confiança delas também imatura nas relações e confusa nos sentimentos, com toda certeza também poderá ter
dificuldade de detectar que tipo de amor está presente em determinadas
situações.
Descobrir o amor não é
muito fácil. Achar que está amando é facílimo, até você conhecer alguém que
mostra o verdadeiro amor para você. Essa gangorra de sentimento tem um nome:
amadurecimento. Amadurecer é esse ir e vir, esse descobrir, essa confusão até o
ápice do entendimento.
Cada um tem o seu
momento de perceber os vários tipos de amor e quando descobrem que podem amar
várias pessoas de formas diferentes, nosssaaaaaa, é muito gratificante! Amo
minha mãe de uma maneira muito diferente de como amo meu pai. Claro! São tão
diferentes! Não falo em mensurar amor. Isso não! Falo em formato de amor.
Voltando à garotinha,
uma semana depois a reencontrei. Estava tão aliviada que conseguiu me dar um
generoso abraço. Acho que o abraço entregue veio ao perceber que ela também
podia experimentar outros tipos de amor com pessoas do mesmo sexo.
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