segunda-feira, 10 de junho de 2019

O que posso aprender e ensinar aos meus pequenos com o evento da votação do impeachment.

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O que posso aprender e ensinar aos meus pequenos com o evento da votação do impeachment.

 Fabíola Sperandio Teixeira

Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação


Tudo na vida é aprendizado, incluindo o comportamento dos nossos representantes no plenário. Vê-los expressar o voto me levou à reflexão: o que ensinamos e o que aprendemos com cada um que subiu e expressou a sua opinião?
Sim, estamos em um país democrático onde a liberdade de expressão precisa ser preservada. Mas liberdade significa ser livre para escolher e manifestar, porém sem esquecer a forma de expressão. Em que momento falhamos ao propagar esta regra? Onde as famílias e as escolas erraram com estes representantes populares?
Não vou entrar no mérito da escolha através do voto, ou seja, não falarei aqui sobre a omissão ou a acomodação na hora de eleger tais representantes. Citarei aqui o mau exemplo que esses representantes nos deu nos últimos dias.
As crianças estão carentes de bons exemplos. E nesta semana receberam uma avalanche de informações recheadas de desrespeito e falta de educação. Homens e mulheres de culturas variadas, classes sociais de “A a Z” apresentando o mesmo comportamento. O que acontece com estas pessoas? Por que defenderam a sua opinião de forma deselegante e ofensiva?
Só me resta voltar o meu olhar para o que mais amo fazer, com certeza não é política, mas EDUCAÇÃO. Direcionando   para o que busco aprender e ensinar diariamente, aproveito a tão falada época de insatisfação para alertar família e a escola sobre a importância de trabalharmos a criticidade, o respeito às diferenças, a importância das regras, o conceito de autoridade, a importância da hierarquia, o aprimoramento cultural e político e a diplomacia ao explanar as ideias.
 Uma criança que não aprende o que é hierarquia familiar, jamais saberá lidar com a hierarquia escolar e social. Uma criança, em um lar desrespeitoso, não saberá respeitar o próximo, já que o seu próximo mais próximo (seus pais) não se dá o respeito. Estamos em um momento de URGÊNCIA de revisão da nossa organização familiar   sobre os ensinamentos dos nossos pequenos e suas regras sociais.
Em que momento nos perdemos? Acredito que quando saímos para batalha profissional e financeira nos dedicamos tanto a esta ascensão em prol dos benefícios materiais que nos permitimos ser omissos e permissivos com os nossos filhos. O tal: “vou dar tudo que nunca tive”; “papai viajou muitos dias, mas comprou isso”; vou até a escola porque não aceito ...”; “mete a mão filho, não traga desaforo para casa”; “filha minha não é retirada de sala nem precisa cumprir regra”.  E para finalizar, “Quem é esse professor?” Passamos a mensagem de que eles podem tudo e  aprovaremos qualquer conduta.
Só que agora isso está pesando. Nossas crianças estão perdidas em meio a esta “selva social”. O que era parte de seu crescimento passou a ser afronta e motivo de desavença entre os amiguinhos e as famílias dos amiguinhos: “minha mãe não quer que eu ande com a fulana porque ela é nossa inimiga”. Inimiga? Uma criança de 5 anos? O que ela fez de tão grave?
Onde estão os valores? Atitudes obrigatórias de uma educação de “berço” virou qualidade. A criança que diz: “bom dia! Como vai a senhora? “ Passou a ser diferenciada. Mas isso não deveria ser o mínimo da boa educação? Dar lugar na fila para alguém mais necessitado sempre foi o correto, hoje a criança não permite por ter que ser “esperta”. Esperteza? Como assim?
Basta acompanhar o trânsito de qualquer cidade. Homens e mulheres com crianças dentro do veículo assistindo a cenas de desrespeito às regras de transito e ainda xingando os condutores que entram em seu caminho. Como exigir do filho um comportamento diferente?
Outro dia estava conversando com uma criança que havia tratado com muito descaso uma profissional da faxina. Ao abordá-la para procurar entender o motivo, fiquei bastante surpresa. A criança não conseguia entender que havia feito algo desrespeitoso simplesmente porque assistia a um membro da família dirigir da mesma forma aos profissionais de restaurantes ao fazer pedidos. Para meu espanto ainda maior, quando ele entendeu o que eu refletia com ele, pediu-me para fazer a mesma reflexão com seus pais, pois passou a indignar-se e queria corrigi-los.
Domingo o país parou para assistir à votação. Famílias reunidas em frente à televisão. Os comentários foram diversos na frente das nossas crianças. Alguém já parou para perguntar o que os jovens pensam disso tudo? Aproveitaram para utilizar os exemplos a favor da “evolução social?” Será que vamos ficar paralisados e esperar os nossos pequenos crescerem para repetirem o mesmo feito?
Clamamos por um mundo melhor. Imploramos por uma vida mais harmoniosa e de paz. O que temos feito para isso? Esperar por mudança? Não permita seu filho gritar com você! Não saia em defesa de sua criança sem conhecer os vários lados da história. Não ensine seu filho a “lei da vantagem”. Volte URGENTEMENTE para os ensinamentos dos nossos avós. Saia do comodismo! Criar um filho é oferecer condições materiais, escola e todas obrigações de pais. Educar um filho é oferecer valores e desenvolver habilidades e competências para o seu sucesso pessoal e profissional. Você está criando ou educando seu filho?



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