terça-feira, 11 de junho de 2019

“ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem? ”



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“ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem? ”

Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais
Mestre em Educação


         Paulo chega até sem fôlego em minha sala. Estava em sofrimento. Sua esposa havia comunicado que não desejava mais o casamento e iria seguir a vida com outro companheiro.  A dor de Paulo era enorme como homem, porém se agravou quando, no papel de pai, recebeu esta pergunta: “ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem? ”    Ele não conseguia pensar em uma maneira de responder à filha. Afinal, foi pego de surpresa duplamente: a notícia e a pergunta da criança.
         Acolhi Paulo, primeiro como homem e depois, como pai. Ouvi suas angústias e dores sobre o término da relação. Depois, cuidamos do Paulo pai. Acredito muito na importância de separarmos esses papéis. São amores diferentes e será preciso mostrar esses variados amores a essa criança inconformada.
         Pedi para Paulo ter uma condução com sua filha, seguindo os passos abaixo:
1-    Trazer essa criança para perto do seu corpo, abraçá-la demoradamente e depois, perguntar a ela o que entendeu da ida da mamãe para outra casa.
2-   Após a resposta da filha, Paulo, entendendo o que se passa na cabecinha dela, lançará a segunda pergunta: Como está o seu coraçãozinho? O que você está sentido?
3-   Com a resposta da criança, pedi que Paulo dissesse a ela que entendesse os seus sentimentos, que entendesse a sua dor. Uma acolhida de aproximação.
4-   Com o conforto da acolhida, Paulo já pode explicar a essa criança que o amor da Mamãe pelo marido havia acabado, mas o amor da mamãe pela filha está preservado. Neste momento, Paulo mostrará à criança que são amores diferentes. Que a relação do pai com a mãe é de marido e esposa / homem e mulher, diferentemente da relação de mãe e filha, portanto, ela não precisava se sentir traída ou abandonada.
5-   Solicitei que Paulo mostrasse à filha como poderiam se relacionar a partir dessa ruptura do casal. A criança precisa entender como será a nova rotina para que se sinta segura. Onde irá morar? Continuará na mesma escola? Como será a relação com os avós? E por aí vai. São questionamentos que as crianças costumam ter e temer.
6-   Por fim, indiquei que Paulo abraçasse sua filha e dissesse a ela que essa seria uma das muitas conversas para que os dois aprendessem a lidar com  essa nova situação, mas que mostrasse à filha que a ama e que respeita a decisão da sua mamãe. Por mais dor que tivesse, essa ação seria benéfica nesse momento para ela.


Paulo saiu com lágrimas nos olhos, no entanto, mais forte para o enfrentamento. Combinamos uma sessão após este diálogo pai e filha. Desta forma, daremos seguimento ao fortalecimento de Paulo e consequentemente, da filha.

Paulo se mostrou fragilizado, porém ávido por ajuda e esse é o primeiro passo para enfrentar algo que poderia ser paralisante em um movimento de cura da dor. Após a próxima sessão, trarei aqui como foi este promissor encontro de pai e filha.
        


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