Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga –
Psicopedagoga – Terapeuta de Família e Casais
Diretora
Pedagógica da Comunidade Educacional “O Pequeno Príncipe / Studium”
Acompanhando o trabalho dos professores
e adolescentes durante o desenvolvimento do projeto da REVISTA STUDIUMAIS 2014,
senti uma enorme vontade de escrever sobre empatia.
Acredito que o tema tenha uma
ligação direta com tudo o que foi desenvolvido no Projeto Solidariedade deste
ano.
Empatia significa estar disposto
a se colocar no lugar do outro e deixar-se tomar por emoções e sentimentos,
promovendo o entendimento da situação vivenciada. Então, quer mais apropriado
para completar um trabalho sobre crianças e pessoas com necessidades especiais
do que falar em empatia?
Estamos precisando urgentemente dar uma parada para investir em valores que
nos tornem mais próximos uns dos outros.
O que são necessidades especiais?
Quem necessita de um trabalho inclusivo?
Como educadora, não me intimido
nem um pouco em afirmar que todos nós somos especiais e precisamos, mesmo que
em algum momento, de um processo de inclusão.
Acredito que não devemos apenas
nos debruçar em estudos que nos capacitem a lidar com as crianças com déficit
de atenção, autistas, hiperativas, mas em um estudo muito profundo para ajudar
todos os que, de alguma forma, sentem-se excluídos do processo escolar ou
social.
Será que uma criança que não
possui habilidades e competências esportivas não sofre, em algum momento, uma
exclusão? A criança ou adolescente que tem muita capacidade para área de
humanas e “sofre” no aprendizado das disciplinas de exatas também é merecedora
de um trabalho especial, não é mesmo?
Aí chamo a atenção para um olhar
generoso de todos, não só do corpo docente e discente (professores e alunos), porém
para as famílias. Precisamos
sensibilizar toda a comunidade para que trabalhe na formação moral de nossos
pequenos. Formação essa que se inicia na
maior de todas as instituições sociais,
a família. Não podemos deixar que a empatia apareça como uma ação rara.
Percebemos a facilidade de todos em realizar julgamentos e críticas severas
quando se deparam com o diferente.
Quem é diferente? TODOS! Somos
únicos! E as diferenças é que proporcionam a beleza, a vida!
Vamos individualizar as nossas relações.
Para que comparar? Cada um com as suas habilidades e competências. Cada um com
seu valor. E todos crescendo e amadurecendo. Amadurecer também, em alguns
momentos da vida, significa entender nossas limitações e enfrentá-las com empatia, objetividade,
dinamismo e determinação.
Se agirmos de modo diferente,
estaremos contrários ao processo de inclusão. Incluir não é expor, apontar,
criticar, humilhar, ofender. Incluir é nem perceber no processo, que alguém se
destaca pela dificuldade, mas é olhar o todo e reconhecer que juntos somos fortes e completos. É encontrar, dentre um
grupo: o bom de bola; o excelente em cálculos; o contador de histórias; o dinâmico e espontâneo, que faz o grupo agir; o reservado, que nos
ensina a importância do silêncio; o
caridoso, que realça a essencialidade do
olhar cuidadoso.
Quando falo em olhar generoso,
clamo por uma formação de jovens sensíveis ao outro. Esse clamor é por desejar
um mundo melhor para eles mesmos. Mundo esse que muitas vezes não consegue ser
visto pelo imediatismo o qual vivemos. É
preciso empatia para enxergar a essência do outro, e não está além de um dos
conceitos da palavra, que é
compreender emocionalmente outra pessoa
em suas diferentes manifestações, em
sua diversidade, em sua individualidade.