terça-feira, 11 de junho de 2019

Uma paradinha para pensar sobre a importância do Professor de Educação Física nas escolas de Educação Infantil.




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Uma paradinha para pensar sobre a importância do Professor de Educação Física nas escolas de Educação Infantil.


Fabíola Sperandio Teixeira

Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação




Resolvi escrever sobre este profissional por presenciar muitos depoimentos de pais alegando que a criança faltou determinado dia porque perderia menos aulas/conteúdos já que era dia de aula de Educação Física. Então pensei: será que as famílias compreendem a importância deste profissional na vida das crianças? 
O profissional de Educação Física é o responsável pelas atividades de psicomotricidade, por apresentar ao aluno a cultura do movimento corporal, o trabalho em equipe, as atividades colaborativas, o despertar da competitividade saudável.
A Educação Infantil é uma oportunidade de promover ao educando as primeiras relações sociais; Diante disso, tudo que nela está inserido tem um propósito, um objetivo que precisa ser conhecido e apoiado.
Aos olhos dos nossos pequenos, ele percebe o educador como um recreador. A admiração se torna fácil porque ele encontra “nesta gente grande” uma pessoa que brinca com ela. Mas você já perguntou o objetivo de cada brincar? Já experimentou conhecer as maravilhas deste trabalho?
No mundo dos adultos, as vivências na infância com o educador físico mostram os reflexos ou as consequências da convivência com o profissional que conseguiu estabelecer um excelente trabalho. O adulto que vivenciou uma educação física bem executada é um adulto consciente da sua estrutura corporal, consegue lidar com perdas e ganhos, transforma sua competitividade em um bem a seu favor, gerencia e é gerenciado com maturidade e ainda possui uma noção diferenciada de cuidados com sua saúde.
Já na adolescência, o educador físico possui a oportunidade de criar vínculos através da ludicidade (jogos e brincadeiras), que permitem a aceitação corporal, o despertar dos talentos esportivos, a valorização das diferenças, o colocar o adolescente (que muitas vezes já está sedentário) em movimento, além de reforçar a disciplina, as regras. Tudo isso se faz essencial neste período.
E por que muitas vezes desconsideramos este momento da disciplina? Por que permitimos as ausências destas aulas? Talvez por desconhecer a maravilha que esta disciplina proporciona no coletivo. Mesmo que seu filho já seja um esportista e tenha uma atividade extra, é na escola que ele terá oportunidade de experimentar um momento com os colegas que o acompanham dia a dia em grupo.
Infelizmente ainda encontramos profissionais desta área que desperdiçam esta oportunidade que a disciplina lhe dá em apenas jogar uma bola na quadra e deixar “rolar” um jogo. E muitas vezes permitem a grupos de alunos não adeptos à disciplina criar rodinhas de bate papo ou utilizarem aparelhos eletrônicos. Lamento muito este ato e o repudio.
Manter nossas crianças e jovens ativos hoje é um desafio. Precisamos dar sentido a esta disciplina, mostrando momentos teóricos e práticos. Quando crianças e adolescentes compreenderem as belezas desta área, com certeza, exigirão do profissional uma postura de comprometimento. Elas mesmas pedirão por mais momentos de aprendizados.  Mas até que elas amadureçam para tal, somos nós, os responsáveis por elas, que devemos valorizar o educador físico e cobrar que cumpra com os objetivos de tal “cadeira” acadêmica. A criatividade e um plano anual bem elaborado e flexível é essencial para o sucesso.
Aprender é um ato que se faz presente diariamente em nossa vida. O contato com o outro nos proporciona compartilhar experiências e consequentemente, adquirir conhecimentos de diferentes estágios. É na escola que encontramos espaço para a utilização de uma ferramenta e de estratégias importantes nesse processo. É na escola que a criança tem o primeiro contato com o diferente. O diferente da família dela. As vivências lúdicas, recreativas e esportivas farão com que lidem com conteúdo internos emocionais: frustações, medos, ansiedades, prazer, raiva, alegria, expectativas. Impedir que nossos filhos lidem com isso é deixá-los despreparados para a vida adulta. 
A vivência cooperativa também despertará seu lado criativo. Ele terá oportunidade de desenvolver suas habilidades e competências para “sobreviver” ao jogo com os colegas. É claro que, integrando as crianças com as brincadeiras e jogos desenvolvidos, a escola promove a inclusão social. As brincadeiras permitindo o contato com o nosso mais profundo eu, permitirão nos deparar com o nosso autoconhecimento e aprenderemos a lidar melhor com tudo o que nos cerca. 
“ A arte de brincar pode ajudar a criança com necessidades educativas a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma. ” Vygotsky (1998 ).
Vamos lançar um novo olhar para as aulas que são tão aliadas ao desenvolvimento de nossos filhos. Vamos resgatar tudo o que permite a nossas crianças não só movimentar o físico, neste momento de tanto sedentarismo infantil, mas que sobretudo as possibilite de usufruir da riqueza do contato da inclusão social e da lida com seus conteúdos emocionais.



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