terça-feira, 11 de junho de 2019

Qual o legado financeiro você está deixando para o seu filho?



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Qual o legado financeiro você está deixando para o seu filho?
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

 “A inteligência resolve problemas e gera dinheiro. O dinheiro sem inteligência financeira, desaparece depressa. ” Roberto Kiyosaki.
            Começo hoje com essa frase para representar a minha preocupação diante das escutas de algumas crianças e adolescentes frente aos valores financeiros.
            A cada dia percebo a valorização do “ter” sem quase nenhuma construção do “ser”. Famílias preocupadas em oferecer tudo a seus filhos sem a mínima noção das consequências da ausência da conquista. As crianças de hoje não estão aprendendo a lutar por seus ideais.  Estão recebendo tudo tão facilmente que não sabem cuidar, poupar ou lutar. E, para piorar, aprenderam a frustrar-se não ganharem o que desejam.
            Pais que acreditam que os filhos, para serem felizes, precisam ter tudo o que almejam. E nesse “ter” tudo não conhecem o valor de “nada”, não possuem nada. Estão se sentindo vazios e carentes. Quartos recheados de roupas e eletrônicos e com muita ausência de sentido de vida. Afinal, a vida não está ou não deveria estar centrada no que consigo comprar, não é mesmo?
            E quando o que desejam não tem preço: amizade, presença de familiares, uma paquera e amanhã um grande amor? Como farão? Não terão estrutura para conquista. Nunca precisaram conquistar nada, não sabem conquistar, esperar e saborear a conquista.
            Um outro aspecto muito sério é o discurso de algumas famílias sobre os filhos não precisarem se preocupar com o futuro financeiro por já contarem com uma herança. Entendo que algumas famílias possuem o suficiente para gerar conforto financeiro e dispor de empresas para continuidade de seus filhos, mas, se eles não forem preparados para dar seguimento aos negócios familiares, poderão colocar tudo a perder. Você tem preparado o seu filho para ser inteligente financeiramente e seguir com os negócios da família ou conseguir conquistar o seu sonho com sucesso?
            Desenvolver hábitos saudáveis financeiros é preparar os filhos para o futuro. Isso precisa ocorrer independentemente da classe social. É preciso que esta educação faça parte do conjunto de valores e cultura familiar. As crianças precisam entender qual o seu papel frente ao papel moeda financeira.
            Preocupo-me muito com o movimento de crianças e adolescentes frente a modismos como jogos, brinquedos, roupas, comportamento em cantinas, onde expressam claramente a satisfação inconsequente diante do consumismo imposto. Crianças que se quer entendem o significado do ter mediante a necessidade. Crianças que sequer abalam se o colega adquiriu algo que ela não adquiriu ainda. Crianças que se entristecem se não acompanham modismos, mostrando ausência total de estrutura emocional. Mas, com certeza, eu me assusto muito mais com pais que se desesperam se não podem oferecer o objeto de desejo do filho. Pais que deixam de cumprir compromissos financeiros para desviar o dinheiro para satisfação momentânea das crianças. Pais que não precisam se preocupar com o valor, pois são abastados, mas que não se preocupam com a mensagem que enviam quando tudo que o filho quer, ele recebe, e que este ter tudo o impede de dar valor à conquista.
            Por que nos permitimos nos dominar pelo consumo material desenfreado a ponto de nos esquecermos dos valores e princípios necessários? Por que nos permitimos contaminar-nos pelos interesses sociais acima dos interesses valorosos e culturais da família? Por que culpamos a sociedade por influenciar nossos filhos em vez de e assumirmos que estamos fracos e covardes diante das tentações e competições?
            Pais, está na hora de refletir sobre o futuro de seus filhos.  Existem muitas coisas que podemos fazer em família, que não custam quase nada financeiramente, que trará a maior riqueza na construção do ser e na conscientização do valor financeiro: passeios no parque; piquenique no quintal; visitas aos familiares; filmes abraçadinhos no sofá; jantares feitos com todos na cozinha ajudando e depois, todos  à mesa em casa; economia de grupo da família para só depois, um passeio; escolha de materiais escolares sem modismo e a diferença do valor compras de materiais para um necessitado. Situações que permitem a criança perceber que o dinheiro é necessário, porém não pode ser desperdiçado. Que o dinheiro é controlado e não controlador.
            Filhos que não percebem a luta da família para construir o patrimônio, não valorizam as conquistas e colocam tudo a perder quando assumem o comando. Não é à toa que escutamos o ditado secular “Avô milionário, pai rico e filho pobre”. A sabedoria popular escancara esta preocupação e muitos a desprezam. Recebo muitas crianças pequenininhas que já acreditam que a tal felicidade está ligada ao dinheiro ou a aquisição do que o dinheiro oferece. Que tal pensarmos nisso?


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