
Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Hoje quero
compartilhar uma carta de uma criança de 11 anos. É impressionante a visão dela
sobre uma situação que ocorre em sala.
Queridíssima
Professora,
Eu queria
falar com você já faz um bom tempo sobre nesse assunto, mas antes eu queria ter
a prova sobre isso, e hoje, tive a prova clara.
O assunto
que eu queria falar com você é sobre a Maria (nome fictício), da nossa sala. Há
um bom tempo, tenho notado que muitos da nossa sala não têm a aceitado muito
bem, quero dizer, não a tem tratado como ela merece! Reconheço que a Maria pode
às vezes ter dificuldades, por exemplo, na escola, digo, nas provas be tarefas.
Reconheço que ela tem, pois já me falou, déficit de atenção, mas eu fico
pensando, será que só por isso alguns alunos não a tratam bem?
Está
sendo muito difícil escrever esta carta, pois eu estou chorando mesmo! Eu fico
arrasada de ver que, quando ela dá uma sugestão ou uma opinião, muitos começam
a reclamar. Nessa hora, meu coração vai
se partindo cada vez mais. Hoje, na hora da votação, vi que poucas pessoas
votaram nela (eu votei), daí fiquei pensando, será que eles têm raiva dela? Ou,
medo e eu ela estrague alguma coisa? Fic0o realmente muito triste ao olhar
–para ela e ver, pensar, que ela NUNCA, JAMAIS, merece ser tratada assim!
Desde que
você começou a dar aula para mim, percebi que as pessoas devem ser amadas e
respeitadas, seja qual for essa pessoa! Você sempre me fez ver que as pessoas
são como uma joia preciosa, precisamos cuidar delas! Você me fez enxergar um
novo mundo, algo que eu nem poderia imaginar, e é por isso que eu queria
desabafar sobre isso com você, porque eu sei que todos devem ser respeitados.
Um grande beijo,
Letícia (nome fictício).
Após ler
a carta, a chamei para conversar. Conversamos sobre “os dois lados”. Refletimos
sobre a postura de alguns colegas e sobre as atitudes da amiga citada. Mostrei
o trabalho que a escola realiza em relação ao déficit de atenção, mas
principalmente sobre a conduta.
Maria tem recebido ajuda sobre o comportamento agressivo,
que não tem nada a ver com as dificuldades escolares. Exemplifiquei alguns atos
que geraram um círculo vicioso entre ela (Maria) e a turma. Meu objetivo era
tirar a Letícia da dor. Ampliar o olhar para a situação, formarmos uma rede de
proteção a todos. No final da nossa conversa, já tínhamos traçado, juntas,
ferramentas de ação.
Letícia saiu feliz por se sentir considerada. Sua dor foi
acolhida, porém muito mais aliviada por entender que a situação era mais ampla,
no entanto, cuidada pela escola.
Aqui, deparei com uma criança empática, proativa e amorosa.
Lendo a história, onde você encontra seu filho, no grupo da Letícia ou no grupo
que complementa o papel da Maria (ela agride, ele devolve)?
Faço um convite, aliás dois:
1 – Procure conhecer mais
seu filho.
2 – Aprenda com as crianças.
Assim geramos um mundo melhor.
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