Minhas
filhas regrediram com a chegada da minha bebê. Socorro?
Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação
É alta madruga e uma mãe linda por fora e por
dentro me manda um grito de socorro. Imagino a sua dor e me disponho a ouvi-la
e ajudá-la. Pelo seu relato, é perceptível o desejo de ser uma mãe exemplar,
mas humana. Um relato de muita dor e muita honestidade. Ela não se preocupa em
colocar a sua fragilidade e até o seu sentimento de culpa, porém, de uma beleza,
na busca de acertar que me emociona.
“Oi, Fabíola, desculpe a hora... É que estou há
horas em busca de algum artigo que fale sobre comportamento dos pais em relação
ao comportamento do filho mais velho, por causa da chegada do bebê na
família.... e não encontrei nada! Muito se fala sobre comportamento da
criança... mas nada dos pais. Então, essa é minha sugestão para sua coluna. Acho
que vou enlouquecer com a regressão e mudança de comportamento das minhas
gêmeas primogênitas com a chegada da minha bebê. Todos recomendam psicólogo para
criança, mas acho que EU é que estou precisando. Voltaram a fazer coco na
roupa... choram o tempo todo... agressivas... (todo aquele comportamento
natural de uma criança que se sente insegura com a chegada da outra), mas EU
que deveria saber lidar com isso, me apresento extremamente nervosa com a
situação, não consigo conter os gritos e as broncas. (Coisa que não fazia antes).
Na sequência, percebo que agi errado e tenho que lidar com frustração... me
sinto a pior mãe do mundo. Não sei o que fazer... se volto e peço desculpa...
se tento me explicar (mas será que vão entender? Só têm 3 anos!) Quero
chorar... coração fica esmagado... até a respiração fica difícil, porque parece
ter um bolo preso na garganta. Então, decido voltar atrás... Abraço, tento me
desculpar e explico que a culpa é do “stress” ( sei que não entenderam) e tento
recompensar com carinho.... Mas o meu comportamento intolerante e agressivo já
deixou màgoa nas pequenas. Elas me tratam com indiferença e meu coração
despedaça. Tenho medo de perder o amor delas.
E para eu me sentir ainda pior, elas dizem que têm medo de mim. Meu
Deus!! Os pais também precisam de socorro! Tem algum manual?”
“O que passa comigo é natural? Outros pais vivem
isso?? Como lidar?? Quais as consequências disso? Especialmente na criança...”
Quanta dor por se sentir confusa no
como lidar com a situação. Realmente ser mãe de gêmeas, ter a chegada de outra
integrante bebê e ainda ser dona de casa, esposa e profissional, não é nada
fácil.
Será que, realmente, é pensado na mãe e
oferecido o suporte necessário para que ela não viva essa dor? As pessoas
próximas estão dispostas a oferecer ajuda para que essa mãe cuide de si e tenha
tempo para as primogênitas?
Manual não há, até porque cada caso é
único e merece uma especificidade, no entanto, é possível tentar reorganizar
toda essa sensação de fracasso e dor.
1.
Entenda que você tem as suas limitações. Não tente
ser a “mulher maravilha” porque está só existe nos filmes.
2. Peça ajuda. Não se acanhe ao pedir ajuda. Não queira abraçar tudo e achar que esse papel é só da mãe. Todos podem ajudar.
3. Tire um tempo para cuidar de você. Você precisa de um tempo para se reorganizar, se cuidar física e emocionalmente. Como oferecer algo ao outro se você não tem se oferecido? Para isso, delegue aos outros os cuidados das pequenas. Que seja uma horinha, já ajudará.
4. Divida, entre a sua rotina diária, um tempo para brincar com as primogênitas. Sente no chão, divirta-se com elas. Permita a integração e aproximação. Isso as acalmará e fará com que requisitem menos você quando estiver cuidando da bebê.
5. Coloque mais o pai na jogada. Porém, em um revezamento no qual ele cuide da bebê enquanto você brinca com as gêmeas e depois inverte.
6. Coloque os avós na “brincadeira”. Deixe a bebê por uma horinha aos cuidados dos avós e papai e mamãe irão ficar exclusivos com as primogênitas.
7. Crie momentos nos quais os 5 fiquem juntos. Proponha que as gêmeas brinquem de papai e mamãe e os papais virem as gêmeas. Vejam como elas agirão lidando com a bebê e “as gêmeas”. E papai e mamãe imitarão o comportamento delas. Será um rico aprendizado.
8. Uma vez por semana, deixem as três com alguém e saiam para curtir o casal. Nutri o amor do casal é essencial para terem força para enfrentar a rotina.
2. Peça ajuda. Não se acanhe ao pedir ajuda. Não queira abraçar tudo e achar que esse papel é só da mãe. Todos podem ajudar.
3. Tire um tempo para cuidar de você. Você precisa de um tempo para se reorganizar, se cuidar física e emocionalmente. Como oferecer algo ao outro se você não tem se oferecido? Para isso, delegue aos outros os cuidados das pequenas. Que seja uma horinha, já ajudará.
4. Divida, entre a sua rotina diária, um tempo para brincar com as primogênitas. Sente no chão, divirta-se com elas. Permita a integração e aproximação. Isso as acalmará e fará com que requisitem menos você quando estiver cuidando da bebê.
5. Coloque mais o pai na jogada. Porém, em um revezamento no qual ele cuide da bebê enquanto você brinca com as gêmeas e depois inverte.
6. Coloque os avós na “brincadeira”. Deixe a bebê por uma horinha aos cuidados dos avós e papai e mamãe irão ficar exclusivos com as primogênitas.
7. Crie momentos nos quais os 5 fiquem juntos. Proponha que as gêmeas brinquem de papai e mamãe e os papais virem as gêmeas. Vejam como elas agirão lidando com a bebê e “as gêmeas”. E papai e mamãe imitarão o comportamento delas. Será um rico aprendizado.
8. Uma vez por semana, deixem as três com alguém e saiam para curtir o casal. Nutri o amor do casal é essencial para terem força para enfrentar a rotina.
É uma
adaptação. É tudo muito novo para todos os integrantes da família. Não é só
você, mãe, que está sofrendo. Todos estão se reorganizando ou, pelo menos,
tentando. Não se culpe NUNCA. Lembre-se de
que fazemos aquilo que é possível, porém o melhor é não se conformar com a
situação e buscar ajuda.
Não se
julgue como mãe. A exaustão emocional acaba nos assustando quando nos
percebemos fazendo coisas que jamais imaginaríamos. A sua tomada de consciência
diante do que vem acontecendo já é um enorme passo para a mudança. Fique firme
e logo isso mudará.
Receba o
meu carinho, a minha admiração e a minha solidariedade. Grite-me quando
precisar. Estou com você.
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