terça-feira, 4 de junho de 2019




Resultado de imagem para filho de recuperação escolar




Meu filho está de recuperação escolar

Fabíola Sperandio Teixeira

Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação




  Fim de ano chegou e não são só festas. Muitas famílias enfrentam um prolongamento do ano letivo com filhos em processo de recuperação de notas escolares.
   Algumas famílias encaram este processo de uma forma natural e consequencial, mas outras não aceitam a situação e culpabilizam a criança ou a escola. Mas onde está a culpa? Culpa?
   O processo escolar é muito individual: podemos comparar nosso filho com ele mesmo, ele é único e tem a sua forma de aprender e apreender os conteúdos.  É um grande erro querer que caminhe como outras crianças da sala ou de casa.
 O processo de recuperação faz parte do regimento escolar e foi criado para o aluno. Assim como a retenção/ reprovação. E por que isso ainda assusta tanto?
  Bom, estamos vivendo um momento em que várias questões envolvem o medo de ter um filho reprovado na escola. O primeiro aspecto que tenho percebido é o financeiro. A família já calcula “o prejuízo” monetário anual. O segundo é o receio do julgamento social: “O que os amigos e familiares dirão? Questionarão a inteligência do meu filho? Criticarão a minha capacidade de mãe/pai?” Infelizmente, em último, está a busca por entender o que levou a essa consequência. O que aconteceu ao longo do ano letivo que meu filho não atingiu os objetivos anuais.
     As crianças são muito justas. Por mais dolorosa que seja a extensão dos dias letivos para recuperação ou a sua reprovação, elas sabem que este acontecimento é consequência de um aprendizado que não ocorreu adequadamente por dificuldades inerentes a sua vontade ou porque, de verdade, não se dedicou aos estudos como deveria.
  Um ano escolar bem feito se refletirá por toda vida acadêmica, profissional e pessoal do educando. Esta pressa que muitas famílias têm em fazer com que seus filhos avancem mesmo que sem qualidade, trará uma retenção em uma outra fase de sua vida. É como se eu empurrasse o problema para um outro momento.
  Precisamos priorizar o amadurecimento acadêmico e pessoal. Nossas crianças possuem muito tempo pela frente e uma consequência atual de retenção na série poderá ser um fator decisivo de mudança de hábitos escolares. A criança precisa entender o motivo de ter ficado em recuperação ou até mesmo de receber uma reprovação.  É a hora ideal de promover aprendizado.
   Reflita com ela:
  • ·        Você se dedicou o suficiente ao longo do ano letivo?
  • ·        Conseguiu pedir ajuda quando um conteúdo não foi compreendido?
  • ·        As tarefas de casa foram realizadas como parte do estudo ou foram feitas para cumprir e não levar anotação?
  • ·        Em sala de aula você conseguiu estar atento as explicações dos professores e ainda tirava dúvidas?
  • ·        Fez revisão dos conteúdos sempre que apresentados em sala de aula ou deixava o estudo para véspera das avaliações?
  • ·        Tem consciência de que o estudo é para você e não uma satisfação para o professor e familiares?
  • ·        Conseguiu entender os chamados dos professores e coordenadores quando o alertavam que necessitava de mais dedicação?
  • ·        Foi assíduo e pontual na escola?

Após esta reflexão, mostre ao seu filho uma nova forma de caminhar academicamente.
Como pais, vocês também precisam fazer uma reflexão. A primeira reação da família é culpar a escola. Pergunto:
  • ·        Buscou a escola assim que recebeu uma nota insuficiente para procurar entender o que estava acontecendo com o seu filho?
  • ·        Criou regras em casa, com horários de tarefas, estudos, brincadeiras e demais atividades?
  • ·        Priorizou as atividades escolares?
  • ·        Valorizou a escola e seus professores na frente do seu filho os autorizando a ensiná-lo?
  • ·        Esteve nas entregas de notas, abordando os professores e procurando conhecer seu filho no coletivo escolar desde o primeiro bimestre?
  • ·        Devolveu as dúvidas que seu filho trazia para a escola poder perceber o que era preciso retomar com ele?
  • ·        Foi atuante na colaboração de um ambiente propício para concentração nas tarefas e no estudo?
  • ·        Desenvolveu uma parceria com a escola em prol da saúde escolar da criança?
 
     Caso isso não tenha ocorrido, fica aí a dica para que o ano de 2017 seja totalmente diferente. Lembre-se de que seu filho está em formação e você é o principal responsável por hábitos e atitudes que ele desenvolverá.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.