terça-feira, 15 de março de 2016

Que tal uma passadinha no Faceboock para apreciar as fotos do evento LUDOVICA?


Aproveita e me add lá. Bjim







LDVCA 1 ANO: PAPO SOBRE EDUCAÇÃO AGRADA PÚBLICO

LDVCA 1 ANO: PAPO SOBRE EDUCAÇÃO AGRADA PÚBLICO


Com o tema maternidade e educação, o estande Ludovica promoveu um bate-papo com a psicopedagogia Fabíola Sperandio (blog Educar faz parte!), a publicitária Liza Ziller, que é mãe de uma criança que nasceu prematura (blog Amor Prematuro), a advogada e mãe de uma criança autista Tatiana Takeda (blog Viva a Diferença!) e a blogueira Talita Lima, do blog Zelo de Mãe na noite desta quinta-feira (10). A conversa é uma das ações que acontece no espaço montado no Flamboyant Shopping Center em celebração ao primeiro aniversário da plataforma feminina do Grupo Jaime Câmara. A programação do estande segue até o próximo domingo (13).
Durante a conversa, as mães abordaram temas importantes, que precisam ser discutidos, como autismo, inclusão, discriminação, sexualidade infantil e bullying. 
Mãe do pequeno Theo Luiz, uma criança autista, Tatiana reformou a importância da inclusão, principalmente nas escolas, e da estimulação. "Toda criança autista precisa ser estimulada. E essa questão de colocar ela com outras crianças para ela se desenvolver é primordial", afirmou Takeda. 
Ainda sobre inclusão, Fabíola falou sobre como as escolas brasileiras ainda tem que melhorar. "As escolas, como um todo, precisam melhorar no quesito inclusão. É na troca que as crianças aprendem. A escola tem que ser para todos, fazendo o papel dela de inclusão. 
Já sobre bullying, Talita explicou que o exemplo tem que partir de casa. "Cabe a nós, pais, ensinar aos nossos filhos que não existe diferenças, apesar das peculiaridades. A gente tem que ser o exemplo e dar o exemplo." Concordando com Talita, Fabíola afirma que a discriminação é apreendida, geralmente em casa. "Somos nós, adultos, que somos preconceituosos e maldosos e que ensinamos isso às crianças", explica psicopedagogia.
Para fechar, o assunto foi as consequências causadas pela superproteção das mães para com os filhos. "A gente mesma, a família, é quem cria as limitações para as crianças", concluiu Liza. 
Nesta sexta-feira (11), a discussão vai ser sobre a relação entre sexo e amor. Entram na roda Bianca Fonseca, que escreve sobre sexo na plataforma Ludovica (blog Para maiores de idade), a psicóloga e mestre em Psicologia Mara Suassuna (blog Há Dois) e Júlia Telles, que ministra cursos sobre pompoarismo e sexualidade feminina.


quarta-feira, 9 de março de 2016

VÍNCULOS AFETIVOS: FONTE DE ENERGIA PARA O CRESCIMENTO SAUDÁVEL


VÍNCULOS AFETIVOS: FONTE DE ENERGIA PARA O CRESCIMENTO SAUDÁVEL

Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

Desde que nascemos, experimentamos as alegrias e as tristezas construídas sempre em meio aos vínculos afetivos. Ao nascermos, somos “capturados” do ventre da mãe, nosso primeiro vínculo ocorre no ambiente intrauterino, para o mundo externo já recheado de pessoas sedentas pelas relações afetivas. A ruptura traz o choro, o choro traz o colo, o colo traz o aconchego, o aconchego traz as gracinhas familiares, que trarão a alegria. E assim se inicia o primeiro vínculo familiar afetivo. Os vínculos geram as emoções. As emoções trazem aprendizados. Os aprendizados trazem o apego. O apego afetivo passa a ter sentido de vínculo, pertencimento.
Assim como a alimentação, o afeto é o alimento vital para os bebês. Sem alimento, a criança morre. Sem afeto, também se torna difícil sobreviver. E por que descuidamos tanto dos vínculos nos dias atuais?
Sabemos que a criança necessita do vínculo afetivo para a formação da sua personalidade. Este processo é construído a longo prazo pelas relações da família núcleo: pai, mãe e irmãos. É nessa relação parental que se conhecerá o amor, a compreensão e os laços. A figura paterna exerce, e muitas vezes sem se dar conta disso, a inserção ao mundo além da mamãe. É o papai que apresenta a autonomia, afinal, o bebê encara a mamãe como extensão do seu corpo. Ele não se reconhece separado da genitora. O seio da mãe é o reforço desta sensação. O pai então permite que ele esteja separado deste “corpo estendido” e promove o conhecimento de novas experiências. Esta relação inicial permitirá à criança entender e respeitar os limites, experimentar e conhecer espaços, ousar e recuar e, principalmente, ser amado e aprender a amar em cada gesto conduzido para autonomia e a proteção.
Mas será que esse ideal narrado tem ocorrido? As famílias estão sendo constituídas com estes papéis tradicionais? Em meio a tantos formatos familiares, precisamos conhecer quais são as necessidades das crianças para o seu crescimento saudável e oferecer o suporte que antes até instintivamente, acontecia na família formal. Crianças necessitam receber amor para aprender a se amar e amar o próximo. Preservá-las das relações instáveis é importante para que não tenham receio de amar e ter vínculo. Pais que trocam constantemente de parceiros acabam gerando insegurança em seus filhos. Começam a gostar da madrasta ou do padrasto e pronto! Tudo acabou entre os pais e a criança é obrigada a esquecer e nunca mais conviver com este alguém que estava amando ou aprendendo a amar.
Essa instabilidade dos pais traz ensinamentos aos filhos. E o maior ensinamento acaba sendo que as relações poderão ser artificiais e passageiras. Sendo assim, inconscientemente se protegem. Se protegendo, não se entregam. Não se entregando, deixam de ser inteiros. Não sendo inteiros, correm o risco da relação breve. E assim tem sido a geração atual. Crianças, adolescentes e adultos cheios de medo de se machucarem ao deparar com a possibilidade de se criar um vínculo afetivo.
As relações parentais, de amizades e amorosas correm os mesmos riscos. Por quê? Exemplos: não posso aprender a gostar da babá, porque hoje a babá fica meses, antes permanecia 20 anos na mesma família. Não posso gostar da vovó porque, ao primeiro desentendimento entre a mãe da criança e a vovó materna, poderão ocorrer meses de afastamento. Não posso gostar do amiguinho porque se os pais dele se separarem, ele irá para um colégio mais barato. Infelizmente são exemplos da atualidade.
E como proteger nossas crianças diante desta realidade? Seja mais afetivo. Mostre seus vínculos duradouros: amigos de infância; parentes próximos. Amadureça as relações. Exercite o amor e a compreensão. Seja tolerante consigo e com o próximo. Não há outra forma melhor de ensinar que o exemplo. E quanto às relações novas, espere a estabilidade para inseri-las na vida da criança. Não a exponha ou a motive a ser simpática com o companheiro ou companheira nova se nem você sabe se será interessante esta relação. 
Explique que existem pessoas temporárias e que, mesmo assim, não as impede de gostar. Essas pessoas são os coleguinhas da escola, alguns profissionais que ajudam em casa, profissionais da saúde, vizinhança. 
As crianças aprendem muito conosco. O que estamos ensinando às nossas crianças sobre afetividade? Vale ressaltar que ser afetivo não significa ser permissivo. Ser afetivo é dar amor. Amor também é limite e regra. Amor ao corrigir é ser doce com as palavras, porém firme no propósito educativo. É abrir para o diálogo sem fugir dos princípios e valores em que acredita. É educar o seu filho sem se importar com o que ele traz sobre o que “todo mundo faz”. Vocês não são pais de todo mundo, vocês são pais responsáveis pelo que seus filhos aprenderão sobre o mundo. Pais responsáveis pelo que seus filhos farão por um mundo mais consciente e melhor. 
Recebam o meu carinho afetuoso. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

AGORA TUDO É BULLYING!




Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

A cada dia que passa, fico impressionada como somos vulneráveis aos termos. Vocês já observaram o quanto o termo bullying tem sido usado no mundo todo e a quase todo momento?
Bullying são ações maldosas e repetitivas, feitas por uma ou mais pessoas. Se são ações intencionais e repetitivas, um fato isolado não pode ser considerado bullying. Fatos corriqueiros da fase de crescimento também não são bullying. E por que agora alguns pais recorrem à escola por quaisquer motivos e utilizam essa palavra?
A criança de dois anos chega mordida à sua casa: “Ela está sofrendo bullying”. Vamos à escola. Desde a minha época escolar, as crianças do maternal, que se encontravam na fase oral, mordiam umas às outras. Às vezes, mordiam até como sinal de amor. Amam tanto que dava vontade morder. E isso não mudou. É também uma forma de expressar carinho.
Ele só queria ser ouvido e você só queria falar



A minha maior preocupação é com o excesso de proteção que impede os filhos de conviverem com os desentendimentos e frustrações característicos de cada fase. Pais que a cada pequeno atrito tomam frente da situação, nomeiam o acontecimento, buscam a escola para exigir providências. Muitas vezes, não se abrem para ouvir os dois lados e, com isso, impedem os filhos de lidar com os sentimentos que a convivência oferece: medo, raiva, alegria, tristeza, revolta, justiça, injustiça. Essa mistura é que nos faz amadurecer. Se forem impedidos de senti-los, como irão lidar com isso durante a adolescência e a fase adulta?
Depois, nos surpreendemos quando deparamos com o jovem que não sabe lidar com as emoções ao vivenciar as seguintes situações: uma amiga que agora não quer mais a sua amizade; um grupo de colegas que foi ao cinema e não o convidou; um fora de uma paquera. Diante disso, procura fugir desses problemas através de vícios (drogas, por exemplo), deseja interromper a vida, isola-se no quarto, fica agressivo, demonstra rebeldia. Será que já paramos para pensar que não podemos impedir os nossos filhos de crescerem?   
A violência exposta pelos veículos de comunicação nos assusta e, por muitas vezes, nos vemos tão distantes dela, como se não pudesse atingir nossa família. Como a violência praticada por um garoto de 10 anos, excelente aluno, educado, bom filho, que, de repente, mata a professora e depois se mata, deixando todos por entender o que o motivou a ter essa atitude. Esse mesmo aluno, oriundo de uma escola pública e reconhecida pelo excelente desempenho educacional por índices e exames estaduais e nacionais, no bairro Mauá, em São Caetano, marcou essa instituição com uma tragédia.
Violência como a de Suzane, que nasceu numa família de classe média alta da capital de São Paulo e morava em um bairro nobre da zona sul paulistana (Brooklin). Filha do engenheiro Manfred Albert Freiherr von Richthofen e da psiquiatra Marísia von Richthofen. Seu pai, nascido em Erbach (Alemanha), emigrou para o Brasil após um convite de trabalho, recebido devido a sua capacitação como engenheiro. Essa jovem foi cúmplice na morte dos pais, demonstrando frieza e crueldade. O que a fez praticar um ato tão violento contra seus próprios genitores?
Realmente, essa violência toda exposta através dos veículos de comunicação parece distante  até o momento em que aquilo que vi acontece ao meu lado. As interrogações surgem de várias partes: “Por quê? Por que ele fez isso? O que deixei de fazer? O que não percebi?”
Não percebi que impedi meu filho de viver cada fase de forma saudável, resolvendo suas intrigas, seus relacionamentos de amizade cheios de altos e baixos. Não o deixei experimentar a conquista de novos amigos; fui à frente e quase implorei para os amigos o aceitarem. Não o deixei experimentar as perdas e depois, deliciar-se com os ganhos. Deixei de ouvi-lo e o enchi de “Faça assim”, “Faça assado”, “EU VOU LÁ!” Ele só queria ser ouvido e você só queria falar.
Vamos deixar nossos jovens viverem! Não vamos querer amenizar as passagens necessárias para que eles se tornem adultos bem resolvidos, felizes e autônomos.
O bullying não ocorre somente na instituição escolar




Lembrem-se de que as nossas gerações, cito as décadas de 1970, 1980  e 1990, não tinham pais tão protetores, que visitavam as escolas por motivos corriqueiros. Tínhamos pais que atribuíam aos filhos tarefas como as de resolver seus problemas de amizade na escola, negociar datas de entrega com os professores, sanar suas dúvidas com os educadores, procurar ter atitudes assertivas que pudessem gerar um sentimento na criança de que conseguiu e foi capaz de resolver as situações que apareceram em seu caminhar. Pais que distribuíam funções domésticas como arrumar a própria cama, levar o prato até a cozinha, ajudar a cuidar dos animais e não permitiam desrespeitos às pessoas de profissões mais simples.
Por que mudamos tanto em nossa forma de educar? Vamos resgatar aquilo em que acreditamos de nossa educação; aquilo que nos ajudou a ser o que somos hoje - pessoas de bem. Não aceitar como normal o que nos apresentam pela TV, nas escolas, nos condomínios e em nossa própria família no que diz respeito ao abuso de autoridade, à imoralidade e ao desrespeito às diferenças.
Outro fator importante é que o bullying não ocorre somente na instituição escolar. Bullying pode ocorrer entre membros da família (irmãos, primos, tios, avós), na religião em que estamos inseridos (colegas do grupo da catequese ou no retiro espiritual), no prédio, rua ou condomínio onde residimos, no clube que frequentamos, cursos extras (futebol, ballet, inglês) entre tantos outros locais que visitamos assiduamente. Vejo famílias perdendo um tempo precioso investigando a escola quando o filho se mostra arredio, triste ou agressivo quando deveria ampliar a busca em todos os locais que a família ou a criança se relaciona.
A Lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015, institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) e deverá ser aplicada a todos. Fico pensativa quando vejo os programas televisivos debatendo a lei focando na instituição escolar e ignorando as outras possibilidades citadas acima. Se não ampliarmos o olhar, admitindo que em todo local que reúne pessoas é possível ter ações de bullying, deixaremos de acudir crianças, jovens e adultos que são acometidos desta ação dolorosa, que muitas vezes até os paralisam. 
O nosso papel é sempre criar condições de crescimento aos nossos filhos


Suplico para que, em vez de focarmos nas consequências para quem pratica ou fomenta práticas de bullying, nos concentremos na prevenção e em desenvolver ferramentas de defesa. Vamos esclarecer e promover o combate ao bullying e, para que isso aconteça, os adultos precisam motivar suas crianças à busca do equilíbrio emocional e ao enfrentamento. Toda vez que saímos como leões e leoas em defesa de nossas crias, nós as impedimos de amadurecer. Estejam sempre ao lado, instruindo e promovendo suporte, mas jamais agindo por eles. Outro alerta é que precisamos estar abertos para conhecer os vários lados da história. Não compre uma única versão como verdade absoluta. Vá atrás da real situação. Investigue, avalie e se posicione. 
O nosso papel é sempre criar condições de crescimento aos nossos filhos. Trabalhar os valores éticos e morais promoverá o senso de justiça. Ser justo é buscar o equilíbrio entre a razão e emoção. Hoje estamos tão focados em nossos direitos que acabamos por não observar se cumprimos os nossos deveres. Pensem nisso!