O que fazer quando meu filho estiver
irritado?
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Atualmente estamos vivendo um momento que acaba por provocar
situações de irritação nos adultos e crianças. Sobre os adultos espera-se que
saibam administrar as suas irritações, mas o que fazer quando o irritado é uma
criança?
Quando uma criança se mostra irritada, determinadas atitudes
dos adultos só agravarão a situação. É preciso respirar, observar e buscar
compreender o que está acontecendo com estas crianças e o que desencadeou a
irritação. Algumas frases ou “discursos” que os pais dizem nestes momentos podem
aumentar ainda mais a irritabilidade e prolongar este estado de nervosismo, no lugar
de acalmá-los ou ensiná-los.
É preciso acolher esta criança, oferecer afeto seguido de
firmeza. Jamais passar a mão na cabeça, não é isso, mas mostrar que compreende
que no momento ela está com dificuldade de escutar e até de se entender. E aos
poucos ir atraindo-a para um verdadeiro diálogo reflexivo que gera
crescimento/amadurecimento.
Exemplo de abordagens que podem acalmar, trabalhar a situação
e estabelecer regras de condutas.
* “Estou percebendo que algo contrariou você. O que
aconteceu, meu filho?”
* “Venha cá e me dê um abraço. Vamos conversar um pouquinho
sobre o que aconteceu? Quero ajudar você. “
* “Ei, amor! Eu te amo! Quero te ajudar, sabia que eu também
fico irritada e com raiva? Deixa eu te contar alguns truques que uso para me acalmar.
”
Exemplos de abordagens que só agravam o problema:
·
“Você
está irritado à toa. Muito chata esta reclamação. Pare com isso! ”
·
“Todo
mundo está olhando você. Que feio! ”
·
“Essa
sua cara feia de bravo já me cansou. “
·
“Vai
para o seu quarto até a sua raivinha passar. Não quero olhar para a sua cara”.
Exemplos de atitudes que, para acabar rápido com a situação,
só deseducam e não preparam seu filho para a vida.
·
“Está
irritado porque não consegue montar o brinquedo? Eu vou montar para você. ”
·
“
A tarefa está difícil? Eu vou ditando para você. ”
·
“Não
está sabendo o conteúdo da prova? Vou marcar outro dia para você fazê-la. Vou
ligar para a escola e falar que você está doente. ”
·
“Está
assim só por isso? Eu resolvo, espera. ”
A intenção aqui é levar os pais à reflexão para que consigam
fazer o mesmo com os seus filhos. Demonstrar vínculo, empatia e equilíbrio
emocional, promove um resultado muito mais assertivo. Enfrentar com frases e
comunicação corporal na mesma proporção com que seu filho agiu, só gerará mais
estresse e desgaste.
Agora, se os episódios estão se repetindo e evoluindo, é
essencial a busca de um(a) profissional. É preciso identificar: se os acessos
de raiva forem constantes, pondere seriamente sobre a possibilidade de buscar
ajuda para a raiz do problema; a irritação é uma consequência e a busca tem que
ser pela causa.
A família pode sim ter uma convivência saudável e construtiva
se ambos, pais e filhos, se comprometem em abrir-se para as possibilidades de
crescer com as situações que aparecem. Lembrar-se de ação e reação sempre nos
ajuda a ter mais assertividade na educação dos nossos filhos. Falas acolhedoras
e positivas, porém firmes e educativas, possibilitarão um amadurecimento e um
preparo para o enfrentamento das situações do cotidiano.
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