terça-feira, 11 de junho de 2019

“ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem?” Continuidade





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“ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem?” Continuidade

Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais
Mestre em Educação


         Se você não leu o artigo anterior, clique no link e acesse http://fabiolasperandiodocouto.blogspot.com/2019/06/papai-por-que-mamae-vai-embora-com.html
         Paulo retorna. Estava ainda em sofrimento, porém mais tranquilo quanto à forma de lidar com a filha. Estava tentando seguir a rotina para que ambos não sofressem ainda mais.
         Paulo contou que à esposa havia dado entrada na papelada do divórcio. Estava determinada e constituiu um advogado. Com as orientações do nosso encontro anterior, não permitiu que a filha ouvisse nada sobre esse assunto. Foi cuidadoso com as ligações telefônicas e evitou encontrar parentes ao lado dela. Assim, a protegeu da falta de senso de muitos adultos.
         Paulo também foi a escola. Solicitou que observassem o comportamento da filha. Explicou que os pais haviam se separado e que ele ficou responsável por ela, até as próximas decisões.
         A criança parecia tranquila. Foi participativa no diálogo com o pai. Estava mais carinhosa com ele, como se percebesse a sua dor. A mãe da criança só falava com ela por telefone. Não a viu pessoalmente. Por telefone, disse à filha que a amava, no entanto, deixou claro que não pretendia que ela fosse morar com ela. Alegou estar em um momento de muito trabalho e que o papai teria mais tempo. Paulo reforçou à filha que a mamãe estava certa e a protegendo. E que ele daria conta do recado, brincou. A criança estava com o olhar triste, porém doce.
         Foi neste momento que Paulo desabou na sessão. Não entendia como uma mulher podia abrir mão da própria filha: “Não me querer mais, até tenho que aceitar e entender, mas como entender a ação dela de colocar a filha no pacote? ”.        A dor de Paulo era a não compreensão das atitudes de uma mãe, somada ao amor que tinha por essa mulher.
         Cheguei mais perto dele. Olhei-o nos olhos dele e disse-lhe: “Paulo, você está procurando entender a sua ex mulher como se ela pensasse como você. Você está olhando o coração dela como se fosse o seu. Você não é capaz de abandonar um filho, mas nem todo mundo é como você. “ Paulo chorou. Continuei. “Paulo, não busque julgar a sua ex mulher. Apenas lide com a sua dor, para se refazer, e cuide da sua pequena. Tentar achar respostas ou julgá-la não mudará o quadro. Levante a cabeça e siga em frente. Você é capaz!”
         Paulo levantou da cadeira. Fiquei sem saber o que iria fazer. Ele caminhou em volta das poltronas de uma sala pequena. Sentou-se de novo. Eu fiquei em silêncio. Respeitei o momento dele. Ele ficou em silêncio por uns minutos. Para mim pareciam horas. De repente, ele disse: “Sabe, Fabíola, fui um esposo fiel e trabalhei duro para oferecer o melhor. Desde o nascimento da nossa filha, redobrei os cuidados materiais e de tempo a ela e a minha esposa. Não entendo como ela não pode valorizar isso!!!”
         Paulo estava bravo. Coloquei uma mão em seu joelho e disse-lhe: “Paulo, não se arrependa por nada que tenha feito. Você fez o que achou certo no momento e o que lhe dava satisfação. Não podemos cobrar do outro reconhecimento. Quando amamos de verdade, fazemos por amor e pronto. Se o outro não entendeu ou não recebeu, já passa a ser um problema do outro e não seu. Não mude a sua essência por esta experiência. Aprenda com ela e amadureça. Ficar se lamentando e mergulhando no sofrimento, não o ajudará. Avalie o que aconteceu, faça um filtro sobre o que é seu e o que não é seu, transforme em experiência e siga”.
         Paulo, chorou e disse: “Estou entendendo. Vou não vou agir mais com revolta, vou procurar entender. ” Intervi. “Procure se entender e entender a situação. Seja atencioso com você. Seja amoroso com você. E viva esse momento prazeroso de pai e filha. E continue a protegendo do que ainda ela não tem amadurecimento emocional para entender. Deixe-a saber do básico. ”
         Encerramos a sessão com um abraço. Um abraço demorado e significativo. O abraço transmitiu força. Paulo saiu da sessão para a escola da filha. Já estava na hora de buscá-la.   Lá da escola, ele mandou uma foto dos dois abraçados com uma frase: “Vamos vencer esta fase, Fabíola. Obrigado. E até a próxima sessão.”

“ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem? ”



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“ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem? ”

Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais
Mestre em Educação


         Paulo chega até sem fôlego em minha sala. Estava em sofrimento. Sua esposa havia comunicado que não desejava mais o casamento e iria seguir a vida com outro companheiro.  A dor de Paulo era enorme como homem, porém se agravou quando, no papel de pai, recebeu esta pergunta: “ Papai, por que a mamãe vai embora com outro homem? ”    Ele não conseguia pensar em uma maneira de responder à filha. Afinal, foi pego de surpresa duplamente: a notícia e a pergunta da criança.
         Acolhi Paulo, primeiro como homem e depois, como pai. Ouvi suas angústias e dores sobre o término da relação. Depois, cuidamos do Paulo pai. Acredito muito na importância de separarmos esses papéis. São amores diferentes e será preciso mostrar esses variados amores a essa criança inconformada.
         Pedi para Paulo ter uma condução com sua filha, seguindo os passos abaixo:
1-    Trazer essa criança para perto do seu corpo, abraçá-la demoradamente e depois, perguntar a ela o que entendeu da ida da mamãe para outra casa.
2-   Após a resposta da filha, Paulo, entendendo o que se passa na cabecinha dela, lançará a segunda pergunta: Como está o seu coraçãozinho? O que você está sentido?
3-   Com a resposta da criança, pedi que Paulo dissesse a ela que entendesse os seus sentimentos, que entendesse a sua dor. Uma acolhida de aproximação.
4-   Com o conforto da acolhida, Paulo já pode explicar a essa criança que o amor da Mamãe pelo marido havia acabado, mas o amor da mamãe pela filha está preservado. Neste momento, Paulo mostrará à criança que são amores diferentes. Que a relação do pai com a mãe é de marido e esposa / homem e mulher, diferentemente da relação de mãe e filha, portanto, ela não precisava se sentir traída ou abandonada.
5-   Solicitei que Paulo mostrasse à filha como poderiam se relacionar a partir dessa ruptura do casal. A criança precisa entender como será a nova rotina para que se sinta segura. Onde irá morar? Continuará na mesma escola? Como será a relação com os avós? E por aí vai. São questionamentos que as crianças costumam ter e temer.
6-   Por fim, indiquei que Paulo abraçasse sua filha e dissesse a ela que essa seria uma das muitas conversas para que os dois aprendessem a lidar com  essa nova situação, mas que mostrasse à filha que a ama e que respeita a decisão da sua mamãe. Por mais dor que tivesse, essa ação seria benéfica nesse momento para ela.


Paulo saiu com lágrimas nos olhos, no entanto, mais forte para o enfrentamento. Combinamos uma sessão após este diálogo pai e filha. Desta forma, daremos seguimento ao fortalecimento de Paulo e consequentemente, da filha.

Paulo se mostrou fragilizado, porém ávido por ajuda e esse é o primeiro passo para enfrentar algo que poderia ser paralisante em um movimento de cura da dor. Após a próxima sessão, trarei aqui como foi este promissor encontro de pai e filha.
        


Você tem tirado um tempinho para ensinar os filhos a conectarem com Deus?



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Você tem tirado um tempinho para ensinar os filhos a conectarem com Deus?
Fabiola Sperandio Teixeira
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

            Como pais somos responsáveis por ensinar tudo a nossos filhos. Somos o exemplo e o caminho para inseri-los nesse mundo além da nossa casa. Escola, atividades extras, línguas estrangeiras, esportes são importantes, mas relacionar com o outro e com Deus é ainda mais relevante.
        Hoje quero oportunizar um pensar sobre como você tem se dedicado a ensinar o seu filho a se conectar com Deus. Já parou para pensar sobre?
        Se os filhos aprendem com exemplo, muito mais que com discursos e ladainhas, qual o exemplo você tem dado sobre a importância da religiosidade?
        Independente da sua escolha religiosa é preciso ensinar nossos filhos o valor de um contato com Deus em todos os momentos, não só naqueles períodos de desesperos com a saúde, financeiro, etc. Ensinar o que é FÉ, GRATIDÃO, RESPEITO.
        Momentos dedicados a uma celebração na igreja, um culto no lar ou até mesmo as festas religiosas vão dando aos filhos o verdadeiro conhecimento da palavra e das suas ações em nossas vidas.
        Ensinar a leitura de conteúdos religiosos também é muito agregador e restaurador. Existem muitas opções de literatura infantil de qualidade que propiciam esse saber religioso.
        Além de gerar um sentimento de pertencimento a família nessas ocasiões reflexivas e introspectivas, a união da família no período dedicado ao estudo bíblico/evangelho permite que os familiares se conectem com o PAI e entre eles.
        E quem é ateu? Como podem obter os mesmos benefícios de estarem juntos em cerimonias ou encontros? Aqui sugiro que promovam momentos de leituras juntos de atualidades, de discussões de casos e manifestações de como a família encara e aprende com a situação.
        Precisamos promover momentos de parada na rotina para crescimento espiritual e humano. Temos que preocupar com isso sim. Não podemos deixar a rotina consumir nossos dias e não incluir paradas para o alimento pessoal.
        Reforço dos princípios e valores são necessários para o amadurecimento emocional de nossos filhos. Como lidar com tudo que virá se não possui controle emocional? Como seguirá em frente após uma grande frustração? Em que nosso filho se pautará para não desistir, se entregar e fracassar?
        Muito tem sido dito e pouco tem sido feito. Está na hora de pensarmos mais em como podemos gerir nosso tempo em prol do amadurecimento de todos.
       

Você tem medo de quê?


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Você tem medo de quê?
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

         Como pais, o que amedronta você?

         Tem medo de ter filhos mal educados? Ensine a eles o valor do “Bom dia”, “Boa Tarde”, “Boa Noite”, “Como vai a senhora?”, “Obrigada”. 
         Tem medo de ter filhos imprudentes financeiramente? Mostre-lhes o valor do dinheiro. Não os torne impulsivos e consumistas. Dê o exemplo, sendo comedido e responsável financeiramente. Exibicionismo financeiro torna os filhos consumistas. 
         Tem medo de ter filhos que recusem conhecimento acadêmico? Valorize a escola. Mostre o que vocês, pais, conquistaram através dos estudos. Frequente os cursinhos em que seu filho está matriculado. Interesse-se pelo que ele faz.
         Tem medo de seu filho não o respeitar? Ensine-lhe o valor da hierarquia sendo pais. Mostre que devem respeito a você, o respeitando e deixando a decisão final sempre com vocês, pais. Não permitam que saia a primeira palavra deselegante destinada a vocês. Já saiu? Retomem. Façam novos combinados. Sejam firmes em mostrar que não aceitam mais e determinem consequências no caso da desobediência.
         Tem medo de que seu filho seja agressivo? Mostre-lhe o valor de um argumento. O poder da palavra saudável. Não estimule que lute por razão com a força física.  Alimente seu filho com reflexões e mostre que, às vezes, “é melhor recuar e ser feliz, que ter razão” em uma discussão que não o levará a nada.
         Tem medo de que seu filho não saiba amar e se relacionar com alguém? Ensine-lhe o que é amor e respeito. Promova reflexões sobre a importância do amor próprio. Mostre que ele precisa se amar para que saiba amar o outro.
         Tem medo de que seu filho adquira as doenças socioemocionais? Prepare-o para falar sobre sentimentos. Escute suas aflições e angústias. Deixe-o esvaziar suas dores sem criticá-lo. Depois, ofereça caminhos para que ele supere e lute.
         Tem medo de que seu filho não seja persistente em suas escolhas? Quando pedir para ser matriculado em algo novo, promova aulas experimentais antes da opção da matrícula. Faça-o conhecer para, depois, decidir. Depois de decidido, coloque um prazo mínimo de aulas até permitir sair ou mudar de opção. Não compre tudo o que ele precisa para realizar aquela aula. Vá oferecendo os equipamentos devagar. Se ele começa uma luta, por exemplo, e você já compra tudo do melhor e do que precisa, ele não sentirá o valor da conquista de cada item e pode não dar valor ou não terá coragem de manifestar que fez uma escolha errada pelo gasto já realizado, e seguirá infeliz na modalidade.
         Tem medo de que seu filho não saiba valorizar a família? Reflita sobre o exemplo que vocês oferecem. Como vocês tratam os avós dele? Como vocês falam dos parentes? Saibam que, amanhã, ele formará uma família e agirá como vocês.
         Tem medo de que seu filho não saiba escolher amigos? Observem as escolhas que ele faz. Por que ele se interessa por determinada companhia? Conheçam seu filho pelas escolhas que ele faz e nunca culpe o escolhido. Você tem que ficar atento é a seu filho e não aos hábitos e atitudes do filho do outro. A escolha por determinada companhia revela muito da nossa “cria”.
         Você tem medo de quê?
       O medo não pode desencadear uma paralisia, precisa ser a mola precursora para ação. Ficar queixando-se ou temendo não ajudará na educação de seu filho. Seu exemplo fala mais que os inúmeros discursos ao longo da convivência familiar.
         Pais que moram juntos ou separados precisam entender que os filhos precisam dos dois. O casal não deu certo, mas a paternidade tem que dar certo SIM!
               

Você se apavora por ver seu filho muitas horas na Internet? Aqui vão alguns alertas...



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Você se apavora por ver seu filho muitas horas na Internet? Aqui vão alguns alertas...
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

Muitos pais têm me procurado assustados com o número de horas que os filhos ficam em seus aparelhos eletrônicos conectados na Internet. Em sua maioria, os pais não possuem a menor ideia dos ambientes virtuais que os filhos frequentam e o que fazem. Um terreno fértil para aprendizados positivos, mas também para relações desastrosas.
Diante deste quadro, sentem-se perdidos e não sabem se aproximar de seus filhos por muitas vezes terem apenas discursos rasos: “Você já está há muito tempo neste computador, desliga e vai tomar um sol.”; “Desliga isso que faz mal!”; “Não aguento ver você só aí, filho!”. O que, de verdade, estas frases trazem de contribuição para convencer ser filho de não ficar na Internet?
É preciso ter argumentos sólidos, recheados de ensinamentos em prol da saúde emocional e do aprendizado de seu filho. Alertas sobre perigos e cuidados necessários farão parar para ouvir e até pensar sobre, porém, se não tiverem um discurso consistente, os filhos não darão atenção e ainda acusarão os pais de exagerados. 
Aqui vão alguns alertas que poderão ser úteis para uma conversa com seu filho.
1-      Busque reportagens de pessoas que tiverem problemas por terem sido ingênuas na relação virtual. Leiam as reportagens conversando sobre, buscando o que se pensa e promovendo um acréscimo de maturidade a cada exemplo. Claro que reportagens condizentes com a faixa etária da criança ou adolescente.
2-      Mostre que a Internet não é um campo seguro, portanto você nunca poderá ter certeza de que os dados de quem está do outro lado são verdadeiros: nome, idade, cidade, etc.
3-      Ensine que jamais ele repasse dados da vida pessoal ou da família: onde mora, profissão dos pais, nome de empresas da família, quem reside na mesma casa, horários que fica sozinho, telefone celular ou fixo e nunca transfira a conversa para o aplicativo WhatsApp, (permitindo uma maior aproximação).
4-      Obedeça às regras de segurança, entrando apenas em sites seguros, não fazendo download sem antes verificar se o site é confiável e redobre os cuidados se estiver em computadores públicos ou de coleguinhas.
5-      Ensine a seu filho que em momento algum poderá dividir a sua senha. Senha é pessoal e dos pais. Vocês, pais, precisam ter a senha das crianças. Nem o melhor amigo pode ter  a senha do celular dele, de  jogos ou de computador. Entenderam?
6-      Trabalhe com ele que o mesmo respeito que devemos ter com as pessoas na vida presencial, deve se estender ao campo virtual. Mesmo que estejam “na moda” gírias e palavreados, ele não deve se render a isso. Além do respeito ser essencial, ele precisa entender que tudo o que escreve e envia, fica registrado e poderá ser replicado a qualquer momento. O comportamento deve ser um só sempre.
7-      Em hipótese alguma, ele deve marcar encontros com alguém que só “conhece” pela Internet. Mostre o risco de ter uma péssima experiência com esta atitude.
8-      Alerte a seu filho que, no menor desconforto diante de um jogo ou uma conversa, não pense duas vezes e desligue o aparelho para não dar sequência ao constrangimento. Mostre que ele que manda na máquina e está seguro do lado de cá.  Se não forneceu nenhuma informação pessoal, não tem por que temer ou ceder a ameaças. Diga para que busque vocês, pais, ou educadores e confidencie qualquer medo.
9-      Ensine a seu filho bloquear as pessoas que não cumpram regras de segurança ou sejam desrespeitosas. Mostre a ele que ele pode e deve fazer isso. Que não tem culpa se alguém age de forma deselegante, mas terá problemas se não evitar tais pessoas.
10-   É preciso ensinar que ele não deve abrir e-mails ou janelas que aparecem enquanto joga se não os conhece ou se sente inseguro. Isso evitará invasões e desconforto.
11-   Outro ponto importante é que hoje, a criançada tem dinheiro sempre ou pede aos adultos para comprar online. Mostre os riscos e recomende que espere os pais chegarem para aquisição de qualquer produto. Tudo por medida de segurança de dados como senhas, endereço, etc.
12-   Mostre a seu filho que desabafos sobre algo que esteja passando ou aconselhamentos devem ocorrer sempre com alguém de confiança presencialmente. Nada de intimidades virtuais. E de modo algum deverá participar de sites de bate papo. Este é um risco que poderá sair muito caro no campo emocional. Apresente exemplos de que muitas pessoas comungam de ideias para se aproximar ou aproveitam a fragilidade emocional para se fazerem de bonzinhos e obterem ganhos.
Espero que estas dicas ajudem na relação entre pais, filhos e eletrônico (mundo moderno). Como tudo o que escrevi parece ser bem óbvio e erramos justamente no que é óbvio, sugiro a leitura deste com o seu filho. Assim verá que o que você sempre acerta tem sentido, já que fez parte de uma escrita de uma profissional que se assustou com o número de pais aflitos por esta questão.

Você ensina o seu filho a ser alegre ou a ser triste?


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Você ensina o seu filho a ser alegre ou a ser triste?


Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais
Mestre em Educação


                Parece estranho esse título? Acredita que isso não se ensina? Ensinamos sim padrões de comportamentos que podem influenciar sim na forma como o filho lida com a vida e, consequentemente, pode-se gerar mais ou menos momentos felizes.
         Filhos de pais gratos, geram crianças gratas. Gratidão gera um estado de harmonia e alegria. É o reconhecimento de algo bom que aconteceu ou está acontecendo.
         Filhos de pais reclamões, geram crianças queixosas, insatisfeitas e até mais choronas. A reclamação proporciona um estado de insatisfação duradouro.
         Filhos de pais religiosos (independente da religião) , demonstram mais perspectivas de assertividade porque, munidos pela Fé, sentem-se fortalecidos e confiantes.
         Filhos de pais determinados, geram crianças mais decididas. Eles se espelham na garra.
         Filhos de pais inseguros, repetem a insegurança em tudo o que tentam fazer. Pouco ousam. Pouco realizam.
         E assim vai. Como você se percebe? Como você percebe o seu filho?
         Estamos vivendo um momento em que o olhar tem sido mais para as coisas negativas que positivas. Vamos nos alertar e sair deste círculo vicioso. Dê uma chance para o seu filho ser mais otimista, mais proativo, com muito mais momentos felizes que tristes.
         Queixume paralisa. Se você deseja um filho preparado para o mundo, com diferencial e alcançando o que, para ele, é sucesso, mude o padrão de relação com tudo e com todos agora.
         Por muitas vezes, encontro crianças sem perseverança, sem credibilidade no futuro. Isso é assustador. E ao deparar com a família, vejo esse padrão de pensamentos.
         Artur, uma criança de 7 anos, uma vez perguntou ao seu pai por que estava com a testa enrugada, aquela ruga de preocupação. O pai deu um sorriso sem graça, apenas. Artur, não satisfeito, aconselhou o seu pai a ser como ele. Disse rapidamente: “Pai, seja como eu. Eu nasci para ser feliz”.
         Ali, teríamos duas possibilidades. O pai tirar as perspectivas do filho com um discurso carregado de negatividade (a realidade dele como pai), ou mostrar ao filho que é possível aprender com ele e mudar o padrão de pensamento e atitudes.
         Ao longo dos anos, foi perceptível que a fala do filho proporcionou reflexões. Hoje Artur tem 24 anos e continua com a mesma alegria. Não que ele não enfrente problemas, mas a forma de ver a vida proporcionou o sucesso pessoal e profissional. O pai, com seus 53 anos, enfrentou vários momentos em que não conseguiu aplicar a “técnica” do filho, no entanto, sabiamente lutou para não o contaminar, com a sua forma de não ser tão alegre na maioria dos momentos.
         O mundo está cheio de coisas que nos contrariam. O livre arbítrio nos permite lidar com as situações sem que elas nos influenciem negativamente. Felicidade são momentos. Conjunto de momentos ao longo da jornada. Como você tem ensinado isso ao seu filho? Querer que ele seja feliz, como tanto escuto diariamente dos pais, passa por um esforço da família em ensiná-lo a ser.
         Gostaria muito que as famílias pensassem nisso. O que você tem feito pela saúde emocional do seu filho? Tem o envolvido nas demandas adultas e queixosas, até proporcionando que ele assista as cenas de muita reclamação e agressão quando não está satisfeito com algo ou trabalhado, respeitando a faixa etária, dentro de uma perspectiva de enfrentamento da realidade com altivez e confiança?
         Gerar segurança aos filhos proporciona alegria. 
        

          

Violência: como falar sobre ela com as crianças?



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Violência: como falar sobre ela com as crianças? 

Fabíola Sperandio Teixeira

Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação



A cada dia, tenho sido abordada por mães assustadas com as perguntas das crianças. “Mãe, o que é estupro?”, “Papai, por que ele bateu na esposa?”, “Mamãe, por que minha amiguinha bateu no Pedro e disse que se mexeu com uma, mexeu com todas?” As crianças são perspicazes e estão atentas a tudo o que aparece nos noticiários e nas mídias sociais. E, é claro, buscarão esclarecer aquilo que não entendem.
E como explicar para crianças tão pequenas as barbáries do cotidiano? O que fazer quando nos abordam, sem chocá-las ou amedrontá-las?
Criar o filho longe de tudo isso tem sido cada dia mais difícil, mas evitar exposição excessiva aos veículos que oferecem estas notícias é um caminho. Crianças têm que brincar, fazer esporte, estudar e envolver-se com assuntos deste teor o mínimo possível. Mas se assistirem aou encontrarem conteúdos como estes ao longo do percurso diário, fique atento às dicas:
  • ·         Escute a pergunta até o final. Após escutar a sua criança, pergunte a ela o que ela sabe sobre o que indaga. Conheça o que passa na cabecinha dela. Só depois, emita uma informação.
  • ·         Trabalhe com ela o que são direitos e deveres. Faça-a refletir sobre como devemos ser respeitosos e que existem pessoas que não cumprem esse compromisso de respeitar o próximo.
  • ·         Dê exemplos claros de diferenças culturais e sociais. Mostre que existe um mundo além daquele em que ela está inserida.
  • ·         Estabeleça combinados em casa sobre o exercício de manter o respeito a todos. Através do exemplo, você permitirá que a sua criança não tenha comportamentos agressivos ou abusivos por assistir a algo e achar que é normal. Exemplo: pais que discutem e se agridem.
  • ·         Valorize as leis existentes, sendo cumpridor de regras: trânsito, filas, identidade familiar e escolar, entre outros.
  • ·         Não minta ou aja com “esperteza”, exemplificando a corrupção em casa. É extremamente indelicado criticar os corruptos de fora se é um corrupto no lar e na escola.

Estes cuidados e ações ajudarão as crianças a terem exemplos positivos e as farão diferenciar dos que encontram no mundo. Sendo amáveis, justas e corretas, identificarão com clareza o diferente e entenderão que o outro está errando nos seus vários papéis: sociais, religiosos, etc.
A cada fase que nossos filhos enfrentam, temos oportunidades imperdíveis de orientá-los. Aproveitem as oportunidades e trabalhe para que a sua criança faça a diferença positiva no mundo em que está inserido.
Não ensine o seu filho a “esperteza” que alguns valorizam. E não ache que seu filho é “bobo”, porque é generoso e pacífico. A paz que o mundo busca começa com a paz interna de cada um.
Quando seu filho começar a participar do mundo escolar, ensine-o a dividir seus brinquedos, oferecer parte de seu lanche, ensinar uma brincadeira nova. Permita que ele aprenda o que é troca: ensino e aprendo; aprendo e ensino.
Nas atividades esportivas, incentive o seu filho a ser um competidor saudável. Permita que ele se prepare para ser um campeão não só na modalidade escolhida, mas um campeão de respeito ao seu competidor.
Faça com que seu filho compreenda que ele precisa se defender de qualquer agressão não na “mesma moeda”, porém com argumentação e lição de solidariedade e amor ao próximo.
Mostre a sua criança que ter opiniões diferentes não o faz ser adversário do outro. Apenas há divergência no pensar e compreender algo. Ensine-o  que “é melhor ser feliz que ter razão”. Que buscar ganhar a razão em qualquer discussão, só o fará uma pessoa intransigente e desagradável e não a mais sábia.
Este exercício proposto até agora, prepara o seu filho para entender a violência exposta sem o menor pudor em qualquer horário na televisão, sem nenhum filtro nas redes sociais, em qualquer hora nos locais que ele frequenta. E quando ele questionar você sobre o motivo de ter pessoas que não exercitam o que você propõe a ele nos valores trabalhados na família nuclear, explique a diferença existente no mundo entre pessoas que querem ser do bem e pessoas que insistem em fazer o mal.
Mostre a ela que existir pessoas que fazem o mal não pode gerar receio ou pânico de estar presente em um mundo “dividido”. Dê a segurança necessária de que você, embora não seja a Mulher Maravilha ou o Supermam, estará sempre com ela para orientar e proteger. Que estamos aqui para enfrentar nossas indignações com o comportamento contrário ao que se vê. Que lutaram contra a violência através do exemplo saudável e apaziguador.
Sim! Muitos exemplos de violência têm entrado em nossos lares ultimamente, mas inúmeros manifestos de união contra tais violências também estão nos trazendo o conforto de que a sociedade está deixando de ser pacífica e se unindo para que as nossas crianças possam ter uma infância menos assustadora. 

Vamos falar de Educação Infantil: construção do desenvolvimento da consciência humana



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Vamos falar de Educação Infantil: construção do desenvolvimento da consciência humana

Fabíola Sperandio Teixeira

Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação



A Educação Infantil surgiu de uma necessidade das mães trabalhadoras em deixar seus filhos enquanto trabalhavam. Diante do resultado do desenvolvimento das crianças que estavam inseridas nas escolas infantis e as que não tiveram a mesma oportunidade de integração, constataram-se os benefícios de inserção da criança desta faixa etária ao ambiente escolar.
Desta forma, o trabalho com a Educação Infantil foi se profissionalizando. As educadoras com formação inicial em magistério, passaram a buscar a graduação em pedagogia e com isso, a formação foi dando um novo rumo para as crianças que, a princípio, tinham apenas o objetivo de buscar um espaço lúdico descompromissado.
Acontece que a Educação Infantil é uma prática social muito complexa. De mãos dadas com a psicologia escolar, é possível estudar a maneira com que a criança produz e se desenvolve. A educação precisa pensar na forma como se desenvolve a consciência humana.
Os cientistas e pensadores discutem a pedagogia e a psicologia e estudam o enfoque cultural e histórico das mesmas.  Esta orientação leva à análise e à produção de um desenvolvimento psíquico produtor da consciência. A formação da consciência leva à formação da personalidade. Portanto, estamos falando da fase mais importante do desenvolvimento infantil. Diante disso, novos movimentos surgiram. As educadoras da Educação Infantil começaram a buscar especializações na área. A graduação já não é mais suficiente.
Vocês têm sido pais atentos na escolha da escola de Educação Infantil?   
Diante desse saber, devemos ser cada vez mais exigentes com os profissionais que atuam nesta fase, exigindo o currículo e acompanhando o desenvolvimento em parceria com a escola. Inserir nossos filhos nas relações sociais e na influência que esta sociedade terá no papel cultural e no processo educacional realmente é uma tarefa de extrema responsabilidade.
O papel do educador e da família é promover uma inserção escolar que prepare a criança para os demais ciclos. A Educação Infantil exerce esse papel. Os conteúdos curriculares estão ligados ao processo cultural, à ciência, ao esporte, à filosofia, à matemática, à história, língua portuguesa entre todas as disciplinas. Mas o essencial é poder entender que é através das brincadeiras e jogos que promovemos o aprender. Uma Educação Infantil de qualidade entende que todos os recursos pedagógicos ligados à construção de uma consciência, a qual leva a formação da personalidade. A Educação Infantil não é um espaço de cuidadores da criança, é um local onde profissionais preparados promovem o desenvolvimento da criança. Esse profissional desenvolverá a passagem do mundo lúdico e expressivo até a inserção ao letramento.
Além do conteúdo, uma criança de 2 a 6 anos precisa estabelecer vínculos através das relações sociais, emocionais e afetivas. É o momento de trabalhar o equilíbrio emocional diante das situações que aparecem na convivência com o outro. É nesta tomada de consciência deste mundo pedagógico e emocional que a criança vai sendo preparada para ir da linguagem falada para linguagem escrita: formação do ler e escrever. Todo esse processo será fundamental para a alfabetização da nossa criança. É a leitura e a escrita que garantirão o aprendizado de todas as disciplinas do Ensino Fundamental, pois é ele a continuidade do processo, o qual se iniciou na Educação Infantil.
A Educação Infantil potencializa o desenvolvimento da criança e permite a sua evolução pessoal e educacional.
Por que a chamada sobre a importância da Educação Infantil? Porque, ao caminhar pelo universo familiar, vejo as famílias ainda em dúvida de quando devem procurar a escola para os seus filhos e como proceder na escolha. Ao escutar de uma família que investiria em uma boa escola a partir do Ensino Médio, fiquei muito intrigada. Como recuperar as defasagens culturais, acadêmicas e emocionais tão tardiamente?
Educação Infantil é o momento da inserção ao mundo além do seio familiar. É nesta fase que aprendemos regras, empatia e ferramentas emocionais necessárias para desenvolver a resiliência. Ao motivar as crianças, promovemos o seu aprendizado. Desenvolvemos as suas capacidades motoras, afetivas e o seu relacionamento social. A convivência das crianças com os educadores transforma-se em relações de aprendizado. Outro ponto fortíssimo é o desenvolvimento da autonomia, sabendo que o processo de ensino e aprendizagem interfere diretamente no desejo e nos interesses próprios de cada um.
A Educação Infantil é o momento mágico do universo infantil. Ela irá determinar o prazer e a vontade em aprender. É na Educação Infantil que desenvolvemos o futuro escolar de nossos filhos. Fiquem atentos!

Vamos ensinar nossos filhos a serem guerreiros?



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Vamos ensinar nossos filhos a serem guerreiros?
Fabiola Sperandio T. do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de família e Casais

        Se repararmos em alguns contos infantis e algumas canções, percebermos que lançamos um pensamento cultural. Esta cultura reproduzida, muitas vezes, gera um pensamento de que podemos ser salvos magicamente por alguém. Basta aguardar que algo bom irá acontecer.  Ter pensamentos fantasiosos fazem parte da infância saudavelmente até um determinado tempo, certo?
        Diante disso, faço um convite para que possamos ficar atentos ao que oferecemos aos nossos filhos. Quando pequeninos, em sua fase infantil, eles usufruem muito mais da melodia do que da letra. O doce som da voz dos pais associado à melodia faz muito bem a eles.
        Com o tempo, eles começam a entender a letra, captam as palavras e frases, mas não as interpretam totalmente ou além da fantasia da historinha. Não fazem ligações com a vida real.
        Acontece que as historinhas contadas e cantadas vão sendo arraigadas em sua cultura. E, é exatamente aí que devemos nos atentar.
        Para ilustrar a minha fala, trago uma canção infantil para refletirmos. “A linda rosa juvenil”, de autoria do famoso Carequinha, que tanto alegrou as crianças e tem o meu mais nobre respeito, (fonte: site Vagalume), é um exemplo que gostaria de dividir. Com toda licença poética, gostaria de fazer uma análise da letra dessa música.

A Linda Rosa Juvenil
Fonte: https://www.letras.mus.br/temas-infantis/1453221/
A linda rosa juvenil, juvenil, juvenil
A linda rosa juvenil, juvenil
Vivia alegre em seu lar, em seu lar, em seu lar
Vivia alegre em seu lar, em seu lar
E um dia veio uma bruxa má, muito má, muito má
Um dia veio uma bruxa má, muito má
Que adormeceu a rosa assim, bem assim, bem assim
Que adormeceu a rosa assim, bem assim
E o tempo passou a correr, a correr, a correr
E o tempo passou a correr, a correr
E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor
E o mato cresceu ao redor, ao redor
E um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei
E um dia veio um belo rei, belo rei
Que despertou a rosa assim, bem assim, bem assim
Que despertou a rosa assim, bem assim
Batemos palmas para os dois, para os dois, para os dois
Batemos palmas para os dois, para os dois.
        A canção lindamente traz a ideia de um lar feliz até que algo ou alguém ruim aparecer. E como temos momentos assim, não é mesmo? Quantas vezes estamos felizes em família e alguém passa a fazer parte (cuidadora, madrasta ou padrasto, etc) dela e o quadro muda? Ou um ente querido adoece e a doença passa ser a “bruxa má”, minando a nossa alegria?
        Acontece que a música mostra que o medo paralisou. A flor fica paralisada, e até o mato cresce ao seu redor. O medo não pode nos paralisar. Temos que ensinar as nossas crianças a vencerem o medo. O mato é a representação da paralisia demorada, a ponto de ter crescido ao redor da flor.
        Na vida real, o mato seria a representação das doenças emocionais e físicas: fobia social, depressão, a imunidade baixa, e febres sem explicação, alergias, etc. Diferentemente da rosa, nossas crianças não podem esperar “um rei” para despertá-las. Precisam receber orientações e ferramentas para se despertarem.
        Nossos filhos precisam aprender a se defender e entender os momentos felizes devem ser gerados por eles e não por outros.
        A música é concluída com palmas para os dois. Palmas para a flor e para o rei. Para o rei, que tirou a rosa da paralisia e para rosa, que aceitou o gesto do rei. Quero concluir a reflexão com as palmas para quem se propõe a pensar no que escrevi. Não de uma forma crítica a nada, nem a ninguém, porém como uma educadora que está sempre desejosa a aproveitar as oportunidades para ajudar as crianças a serem mais protagonistas e mais felizes.
        Que, como pais, consigamos sair da postura de “rei salvador” e protetores, para a ação de pais mestres em ensinamentos que promovam a evolução dos filhos em todos os sentidos.
        Que a “Linda Rosa Juvenil” não paralise frente às decepções, assédios morais ou sexuais, bullying, preconceito e qualquer outra situação que  tire a criança de um momento feliz para uma situação “bruxa má”.

Uma paradinha para pensar sobre a importância do Professor de Educação Física nas escolas de Educação Infantil.




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Uma paradinha para pensar sobre a importância do Professor de Educação Física nas escolas de Educação Infantil.


Fabíola Sperandio Teixeira

Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação




Resolvi escrever sobre este profissional por presenciar muitos depoimentos de pais alegando que a criança faltou determinado dia porque perderia menos aulas/conteúdos já que era dia de aula de Educação Física. Então pensei: será que as famílias compreendem a importância deste profissional na vida das crianças? 
O profissional de Educação Física é o responsável pelas atividades de psicomotricidade, por apresentar ao aluno a cultura do movimento corporal, o trabalho em equipe, as atividades colaborativas, o despertar da competitividade saudável.
A Educação Infantil é uma oportunidade de promover ao educando as primeiras relações sociais; Diante disso, tudo que nela está inserido tem um propósito, um objetivo que precisa ser conhecido e apoiado.
Aos olhos dos nossos pequenos, ele percebe o educador como um recreador. A admiração se torna fácil porque ele encontra “nesta gente grande” uma pessoa que brinca com ela. Mas você já perguntou o objetivo de cada brincar? Já experimentou conhecer as maravilhas deste trabalho?
No mundo dos adultos, as vivências na infância com o educador físico mostram os reflexos ou as consequências da convivência com o profissional que conseguiu estabelecer um excelente trabalho. O adulto que vivenciou uma educação física bem executada é um adulto consciente da sua estrutura corporal, consegue lidar com perdas e ganhos, transforma sua competitividade em um bem a seu favor, gerencia e é gerenciado com maturidade e ainda possui uma noção diferenciada de cuidados com sua saúde.
Já na adolescência, o educador físico possui a oportunidade de criar vínculos através da ludicidade (jogos e brincadeiras), que permitem a aceitação corporal, o despertar dos talentos esportivos, a valorização das diferenças, o colocar o adolescente (que muitas vezes já está sedentário) em movimento, além de reforçar a disciplina, as regras. Tudo isso se faz essencial neste período.
E por que muitas vezes desconsideramos este momento da disciplina? Por que permitimos as ausências destas aulas? Talvez por desconhecer a maravilha que esta disciplina proporciona no coletivo. Mesmo que seu filho já seja um esportista e tenha uma atividade extra, é na escola que ele terá oportunidade de experimentar um momento com os colegas que o acompanham dia a dia em grupo.
Infelizmente ainda encontramos profissionais desta área que desperdiçam esta oportunidade que a disciplina lhe dá em apenas jogar uma bola na quadra e deixar “rolar” um jogo. E muitas vezes permitem a grupos de alunos não adeptos à disciplina criar rodinhas de bate papo ou utilizarem aparelhos eletrônicos. Lamento muito este ato e o repudio.
Manter nossas crianças e jovens ativos hoje é um desafio. Precisamos dar sentido a esta disciplina, mostrando momentos teóricos e práticos. Quando crianças e adolescentes compreenderem as belezas desta área, com certeza, exigirão do profissional uma postura de comprometimento. Elas mesmas pedirão por mais momentos de aprendizados.  Mas até que elas amadureçam para tal, somos nós, os responsáveis por elas, que devemos valorizar o educador físico e cobrar que cumpra com os objetivos de tal “cadeira” acadêmica. A criatividade e um plano anual bem elaborado e flexível é essencial para o sucesso.
Aprender é um ato que se faz presente diariamente em nossa vida. O contato com o outro nos proporciona compartilhar experiências e consequentemente, adquirir conhecimentos de diferentes estágios. É na escola que encontramos espaço para a utilização de uma ferramenta e de estratégias importantes nesse processo. É na escola que a criança tem o primeiro contato com o diferente. O diferente da família dela. As vivências lúdicas, recreativas e esportivas farão com que lidem com conteúdo internos emocionais: frustações, medos, ansiedades, prazer, raiva, alegria, expectativas. Impedir que nossos filhos lidem com isso é deixá-los despreparados para a vida adulta. 
A vivência cooperativa também despertará seu lado criativo. Ele terá oportunidade de desenvolver suas habilidades e competências para “sobreviver” ao jogo com os colegas. É claro que, integrando as crianças com as brincadeiras e jogos desenvolvidos, a escola promove a inclusão social. As brincadeiras permitindo o contato com o nosso mais profundo eu, permitirão nos deparar com o nosso autoconhecimento e aprenderemos a lidar melhor com tudo o que nos cerca. 
“ A arte de brincar pode ajudar a criança com necessidades educativas a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma. ” Vygotsky (1998 ).
Vamos lançar um novo olhar para as aulas que são tão aliadas ao desenvolvimento de nossos filhos. Vamos resgatar tudo o que permite a nossas crianças não só movimentar o físico, neste momento de tanto sedentarismo infantil, mas que sobretudo as possibilite de usufruir da riqueza do contato da inclusão social e da lida com seus conteúdos emocionais.