segunda-feira, 3 de junho de 2019

Como conseguir mergulhar na intimidade de um adolescente?








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Como conseguir mergulhar na intimidade de um adolescente?


Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

         Sinto tantas angústias dos pais sobre o mundo que o adolescente cria que resolvi escrever. É natural os adolescentes, inconscientemente, acreditarem que, para adquirir uma identidade, precisam se isolar da família e buscar grupos que tenham os mesmos interesses, ou que sejam irreverentes e em que tentam se encaixar. É como se tivessem que pertencer a um determinado estilo de vida para que se colocarem frente ao mundo como seres crescidos. 
         Os pais se assustam com esse movimento e acabam por entrar em confronto questionando, esbravejando, punindo em vez de buscar entender o que está acontecendo. Estabelecem monólogos quilométricos de “pagação de sapo”, sermões sem fim, sem ao menos dar a chance de compreender o que desejam.
         O que fazer quando perceberem que aquela criança está crescendo e se afastando?
         1 – OBSERVAÇÃO - Tenham disposição de observar. Observem mais. Fiquem atentos à busca do que está mudando. O que está diferente. O que está os incomodando.
         2- OUÇAM – Ouçam mais e falem menos. Vistam-se de uma grande orelha. Estejam prontos para ouvir até o fim seu (sua) filho (a). Deem oportunidade para conhecerem-no (a). Ouçam com atenção e só pronunciem palavras que permitam a continuidade do assunto: “ Interessante”... “E como foi?”...
         3- INTERESSEM POR ELE(A) – Procurem saber dos sentimentos e buscas dele. Não foquem, até aqui, na análise do grupo de amigos escolhidos ou no isolamento. Perguntem sobre os motivos que levou a escolher ou a se isolar. Vejam os pontos que ele (a) julga comuns.
         4 – REFLITAM COM – Reflitam sobre a escolha. Levantem pontos para pensarem juntos. Permitam uma análise sobre esse caminho até aqui. Tenham pontos claros e abertura para ouvir e falar; falar e ouvir.
         5 – CONSEQUÊNCIAS – Conversem sobre as consequências desta escolha. Falem sobre o preparo para lidar com isso. Conversem sobre sentimentos e estrutura emocional.
         6 – REGRAS – Só agora manifestem-se sobre o que pensam a respeito, de forma clara e determinante. Mostrem que precisam construir algumas regras de convivência saudável para vocês: pais e filho (a). Construam juntos, mas com a autoridade de pais.
         7 – OBSERVEM NOVAMENTE – Acompanhem o movimento pós intervenção. Como estão caminhando os dois lados? Colham dados.
         8 – RETOMEM – Retomem o assunto. Aparem arestas. Mostrem que continuam atentos e dedicados a passar a adolescência e todas as questões que aparecerem juntos.
         9 – EXPERIMENTEM – Experimentem aproximar-se da escolha feita: grupo ou isolamento. Frequentem o espaço dos amigos ou o quarto. Mostrem-se presentes. Escutem, analisem, posicionem-se como PAIS e não como “coleguinhas”.
         10 – ACOLHAM – Acolher não é “passar a mão na cabeça”. Acolher é orientar, acompanhar, corrigir, punir, se preciso, e dizer: “Estamos aqui”.

         Sejam pais atuantes e não “reclamantes”.

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