segunda-feira, 3 de junho de 2019

Como ajudar os filhos a superarem os medos

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Como ajudar os filhos a superarem os medos.


Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

 As crianças, em seu universo infantil, apresentam medos variados e por fases. É como se em cada etapa um determinado tipo de medo fosse comum aparecer. Comum não significa certeiro, como se fosse regra ou um passo a passo/receituário para os pais, principalmente dos pais de primeira viagem. Porém, saber que podem aparecer e nos preparar para isso nos capacita a vencê-los mais rapidamente junto a nossos amados filhos.
Trabalhar a compreensão, o respeito e o apoio ajuda as crianças a superá-los, mas, para que os pais consigam oferecer compreensão, respeito e ajuda na hora que seu filho apresenta o medo, é preciso conhecer o assunto e tê-lo como algo natural no desenvolvimento infantil.
No dia a dia, temos vários exemplos nos quais as crianças demonstram insegurança. Alguns frutos do imaginário fértil, mas que, para elas, são reais e outras, como desculpa para conseguirem alguma “vantagem”. Exemplo: não querer dormir em seu próprio quarto porque alegam ter um zumbi dentro do guarda roupa; ou não quer tomar banho porque o monstro do lago pode sair do ralo.  O que fazer diante de tal convicção apresentada?
Quando as nossas crianças apresentam seus medos, mesmo se desconfiamos de “um golpe”, não devemos achar graça ou desconsiderar como se fosse uma grande bobagem. Entrar no imaginário e propor enfrentar “os monstros” pode ser uma grande sacada. “Filho, vamos juntinhos enfrentar este danadinho! Somos mais espertos e mais fortes! Vamos abrir o guarda roupa e colocá-lo para correr! “ De mãos dadas, vão até o local e ajam como uma brincadeira. A ludicidade fará um bem enorme.
O exemplo mostra que você considerou, respeitou e agiu ao lado de seu filho. Ao agir com ele, gerou segurança e pró-atividade. A mensagem clara é: “Enfrente seus medos. Siga em frente, meu filho! ”. Minimizar o sentimento da criança, desconsiderar o seu medo, só agrava a situação. Isso não pode acontecer de maneira alguma.
O medo não é maléfico. Ele é um freio necessário para não nos aventurarmos tanto. Perceber que temos uma criança destemida é uma sirene que tem que tocar, é algo que precisa nos preocupar. Uma criança destemida pode se colocar em situações de risco e pode trazer sérias consequências. O equilíbrio sempre é o melhor caminho. Mostrar ás crianças que devem enfrentar seus medos e gerar segurança, não é deixá-las corajosa para tudo, mas ensiná-las a sair do imaginário e desconhecido para o conhecido e o como lidar com isso.
À medida que a criança vai experimentando e adquirindo vivências, ela vai amadurecendo. Com o amadurecimento, ela vai superar alguns medos e se preparar para outros que aparecerão. A postura dos responsáveis/cuidadores é essencial para não gerar traumas que exigirão de um trabalho profissional futuramente para ajudá-los. 
Outro ponto importante é partilhar com os filhos alguns medos que você que é adulta, também sente. Nada que possa trazer receio de se tornar adulta também, porém, alguns medos que você já teve ou tem e como os superou ou os supera. Perceber que os pais, os super-heróis dos filhos, também enfrentam medos, aproxima pais e filhos para a compreensão do tema.
Quando nos referimos aos bebês, é muito mais difícil identificar os geradores do medo. Percebemos, pelo choro e feições, que algo não está bem. Quando a criança já começa a falar, achamos que ela poderá expor-se, no entanto muitas vezes, nem ela sabe o que a amedronta, fica visível a angústia e a “carinha” de pavor. E como agir, então? Levantado hipóteses e eliminando-as. Mas JAMAIS induzindo através de falas; é preciso ser bons observadores e bons decodificadores da linguagem corporal.
Ajude a criança a enfrentar seus medos com criatividade. Mude ambientes, explore os locais com ela, brinque, como por exemplo, pegar uma lanterna e explorar cada cantinho. Ela irá gostar de brincar de “detetive ou desbravadores”. Observe, também, se este comportamento se repete fora do ambiente residencial. Quando viajam, a criança também se incomoda com algo do hotel? Se dorme na casa de parentes, este comportamento aparece? Se sim, de que forma?
Caso você sinta que o medo da criança está gerando tanto incômodo que já a faz sofrer, busque ajuda profissional. Existem algumas fases em que são bem naturais algumas inseguranças em casa, na escola, no parque, na relação com adultos, na relação com sentimento de perda dos pais e até com a situação financeira da família. Procure dialogar sempre com sua criança, mergulhando no imaginário dela. Na ludicidade, você terá acesso a seus pensamentos mais profundos e, brincando ela conseguirá verbalizar e você poderá trabalhar naquilo que passou a conhecer.
Distanciar a criança dos noticiários também é uma medida necessária do mundo moderno. Atendo crianças que assistem a programas televisivos ao lado familiares e cuidadores; às vezes, até enquanto estão brincando por perto, estão completamente atentas ao ouvir o que tem ocorrido de violento no mundo, e isso tem trazido uma demanda de medo de crescer e ter que enfrentar tanta coisa futuramente. Não é aliená-las, e sim oferecer orientações de segurança na linguagem adequada e no tempo certo. Vamos mostrar mais segurança e oferecer ferramentas para o enfrentamento dos medos a nossos pequenos! Eles estão precisando de uma melhor estrutura emocional para uma vida adulta emocionalmente mais sadia.

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