
Atraso na fala e fala infantilizada
Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais
Mestre em Educação
É bem comum encontrar as famílias assustadas quando percebem que sua
criança está demorando para falar ou prolonga uma fala infantilizada.
Vou começar refletindo sobre como lidamos com as situações. Primeiro em
relação à fala atrasada. Você tem conversado com o seu bebê? Estimula barulhos
e expressões? Saiba que a motivação da criança vem dos seus cuidadores. Um lar
silencioso, uma relação “muda” não estimulará a criança a falar ou balbuciar.
Este exercício de conversar com a criança diariamente a permitirá, incialmente
por imitação, a ousar em tentativas de fala.
Converse com seu bebê durante a rotina diária: hora do banho; troca de
fraldas; momento de amamentação. Nesses momentos, pronuncie corretamente as
palavras, de maneira natural, com tom de voz que atraia a atenção e capriche na
expressão facial. Ressalto a necessidade
de uma pronuncia correta para a criança, ela precisa de exemplo.
Ao ouvir os balbucios e as
vocalizações, olhe no olhinho dela com doçura e amor. Ela se comunicará com
você e receberá como mensagem que está agradando (reforço positivo).
Faça festa! Criança gosta de movimento e barulhos agradáveis. Isso
demonstrará o seu interesse pelo avança dela.
Quando pegar algum objeto, mostre a ela e diga o nome correto do objeto.
Introduza os nomes entre um “bate papo e outro”. Dá mesma forma, introduza o nome dos
familiares: olha a Dindinha chegando!
Veja o papai! Joana está aqui!
As ações também poderão ser
introduzidas enquanto você realiza o fazer diário: vamos BRINCAR! Hora de TOMAR
banho! PEGUE a bola!
Abuse das músicas infantis. Elas
fornecem elementos para a ampliação do vocabulário e agradam pela sonorização.
Aos poucos, vá introduzindo os livros infantis. Deixe-a folhear com você e
aponte as imagens, nomeando. Vá enriquecendo a imaginação e o vocabulário dela
com a riqueza dos livros.
Apresente as novidades sempre que saírem para passear. Antes mesmo de saírem,
vá contando o que irão encontrar. Será um gostoso exercício para vocês.
Estimule o pensar com perguntas. Faça muitas perguntas, mas permita a
manifestção da criança. Não pergunte e responda. Perguntar estimulará o pensar
e a linguagem.
Escute com muita atenção. Não faça cara de não entender. Procure mostrar
que está entendendo e estimule falar mais para que, de verdade, você a
compreenda.
Deixe-a formar a frase sozinha. Nada de pressa. Não complete a frase por
ela. Tenha paciência e saiba esperar o tempo da criança. Sua ansiedade não pode
passar para ela. Cada criança terá o seu momento. Só a compare com ela mesma,
entendeu?
E quanto à fala infantilizada? A criança procura exemplo. Se ela manifesta
uma fala infantil para a idade dela, provavelmente, alguém está sendo infantil
com ela. Se sua criança falou uma palavra errada, não a repita. Fale a palavra
correta. Exemplo: “Pepeta, mamãe!” “Não é pepeta, filha, é chupeta.” Percebe
que temos 2X1. Isso mesmo! Duas palavras erradas contra uma certa. Qual palavra
tem mais chance de ficar gravada na cabecinha dela?
Advinhar o que a criança quer falar, atrasa a fala. Falará para quê se tem
quem fala por ela? Conversar como um bebê com a criança a infantliza. Crescer
para quê se está claro que a mamãe ou o papai quer um bebê?
Amamos tanto essa fase incial que não percebemos que nossas atitudes
acabam sendo egoístas com os nossos filhos. Vê-los falar errado agrada tanto os
ouvidos que reforçamos só para o nosso prazer. Saibamos aproveitar o momento da
audição da primeira fala errada e imediatamente promover o crescimento dos
nossos filhos. Sem antecipar nada, apenas sendo bons exemplos.
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