segunda-feira, 3 de junho de 2019

“Mamãe, quero um bichinho de estimação”. Será que a sua família está pronta para receber esse novo morador?


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       Muitas famílias têm optado por ceder aos pedidos das crianças sobre o desejo de ter um animalzinho de estimação. Mas será que possuem a real noção do que isso significa? Ter um animalzinho é muito mais que momentos de lazer, significa cuidado e dedicação.
          O veterinário Lázaro Antunes Cintra Neto (CRMV-GO 4002), um especialista em animais de estimação, sempre leva seus clientes a pensarem que um animalzinho não é um ser descartável, ou seja, temporário. “É preciso ter consciência das necessidades do animalzinho escolhido, cuidar da sua saúde, oferecer alimentação adequada, dedicar um tempo para atividades ao ar livre, promover momentos de exercícios e lembrar o tempo médio de vida do animal escolhido.”
          Para se tomar a decisão sobre ter um animal de estimação é preciso avaliar tudo que o envolve e, principalmente, a rotina familiar. Quais as mudanças necessárias para tê-lo em casa? Quem irá se responsabilizar pelos cuidados básicos? É um animalzinho que compromete a rotina de lazer: viagens; finais de semana? Se sim, como estruturar?
        Um outro aspecto importante antes da decisão é verificar se o animalzinho escolhido não irá comprometer a saúde de algum membro da família. Não dá para descartá-lo após uma complicação de saúde que já era esperada (exemplo: adota-se um animal que possui muito pelo e alguém tem alergia). Embora o contato traga resistência, melhorará a imunidade de bebês e crianças.
         Iniciei falando das responsabilidades, porque as alegrias são tão contagiantes que nos impedem de ver o lado responsável. Entre tantos benefícios de ter a companhia de um animalzinho, uma delas é a oportunidade de exercer afeto e amor. E sabemos que o emocional gera imunidade. Uma criança que tem oportunidade de viver momentos lúdicos e felizes, ao lado de um animalzinho, consegue minimizar doenças físicas e emocionais.  As únicas exceções são as crianças que comprovadamente apresentam alergia a cães e gatos. Neste caso, é melhor mesmo manter-se longe dos animais. Porém existem outras possibilidades e deverão pensar sobre.
          E será que existe uma idade certa para introduzir um animalzinho de estimação em casa, visando ao bem-estar infantil?
         Acredito que a partir do momento que a criança possui uma maturidade motora, já tem segurança no caminhar e já compreende o que significa ter um serzinho em casa. Diante deste quadro, pode-se pensar em trazer esta alegria para casa. Com isso, a criança compreenderá que este novo morador fará parte da família e requer cuidado e carinho. Assim, aprenderá a se afeiçoar e jamais o maltratará.
             E à família que já tinha um animal em casa e chegou um bebê?
           Ao aumentar a família, é preciso apresentar esta nova criança ao animalzinho. Tudo com muito cuidado e prudência. O cheiro do bebezinho ou um convidado a morar em sua casa fará com que o animal vá o reconhecendo como novo morador e membro da “matilha”. Inicialmente, é preciso que a pessoa da casa eleita como dona do animal esteja sempre presente até que haja confiança suficiente para que os deixe só.
          Uma consulta médica será essencial para orientação de quando o contato muito próximo poderá ocorrer. A criança deverá estar preparada imunologicamente para o contato direto: vacinas em dia, cuidados de higiene, etc. Já o animalzinho também deve ser preparado pelo veterinário: banhos em dia; vacinas; check-up. Tudo realizado com muita responsabilidade e confiança.
      Outro aspecto importantíssimo é buscar informações do custo que este animal trará para o orçamento doméstico. Imagine a sua criança, que se afeiçoou ao animal, e você não conseguirá mais mantê-lo por questões financeiras. Imagine a dor do seu animal, que se afeiçoou e adotou a sua família e sentirá abandonado caso você o “descarte” por questões financeiras. Não será justo para nenhum dos lados, um ato irresponsável optar pelo descarte.
       Independentemente do animal escolhido e da raça, meu objetivo aqui é uma reflexão sobre a possibilidade da inserção de um animal no lar e as consequências desta escolha. Mesmo que este animalzinho seja um presente para seu filho, ele precisa saber que existirão obrigações destinadas a ele: ajudar com a higiene do local, alimentar, colocar água, ajudar a adestrar; mas caberá aos adultos comprar a ração, levar ao veterinário, dar banho e até controlar os horários da comida e do passeio. O animal de estimação deve ser visto como integrante da família, e, portanto, deve ter a atenção de todos. Colocar os filhos para colaborarem não significa atribuir completamente a eles a responsabilidade pelo animal.
        Um animal de estimação pode surpreender a família pelos benefícios sóciosemocionais. A relação familiar pode estabelecer vínculos através do como irão lidar com esta novidade. A família toda pode entrar nas brincadeiras com o animal, ir a parques, ter vários momentos que permitem riso fácil.  A integração familiar é favorecida. A integração social também, através dos passeios e encontros com pessoas. Perceber as necessidades do animalzinho e supri-las e suprir as nossas necessidades com eles é uma troca saudável e recheada de aprendizado.
         Trabalhar sentimentos através desta relação é outro fator favorável. O animalzinho despertará sentimentos de alegria, medo, frustrações, ciúmes, entre tantos outros; proporcionará uma boa maneira de lidar com tudo isso. O respeito aos limites será outro aprendizado. Um terá que aprender a respeitar o lugar do outro.  Cada um no seu espaço e na sua hora.
        Ter um animal de estimação tem que ser um acordo de todos os envolvidos. Os responsáveis pela família precisam ter uma postura firme ao apresentar as regras e cuidados de todos e deverão estar atentos e assumirem cada um o seu papel.
         Bom, tomados todos estes cuidados e assumindo a responsabilidade e consequências da escolha, é hora de usufruir dos prazeres que a oportunidade oferece. Ter momentos felizes e de responsabilidade é o equilíbrio perfeito para esta escolha familiar.


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