segunda-feira, 3 de junho de 2019



“Eu sei que tenho 6 anos, mas eu tenho doença de

 ansiedade”




Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação


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        Olhei para essa linda criança de cabelos cacheados, com um laço de fita bem exuberante e de um olhar com tanta meiguice trazendo uma “condenação” em sua fala: “Eu tenho doença de ansiedade”.
        Pedi para que ela me falasse mais sobre a sua “doença” e ela falou com tanta rapidez que até pedia o fôlego: “Eu sofro dessa doença, Tia Fabíola, acho que desde que nasci. Eu não aguento esperar nada. Se é dia de viajar, a mamãe nem me conta porque senão eu nem durmo.  Se minha amiga diz que vai lá em casa, eu ando a casa sem parar até ela chegar. Se está perto do Natal, eu fico nervosa para saber se vou ganhar o que pedi ao Papai Noel. “
        Ela ainda acredita em Papai Noel, tem a bela pureza da magia, porém, ao mesmo tempo, traz um conteúdo tão presente em nossa vida de adultos da modernidade. O que está acontecendo com as nossas crianças?
        Palavras como depressão, ansiedade, pânico tÊm saído da boquinha delas com muita facilidade. Será que estamos sendo adultos descuidados conversando sobre essas doenças psicoemocionais com as nossas crianças, nomeando-as e rotulando? E como ajudar uma criança que se vê com os sintomas e percebe que isso está prejudicando sua rotina?
        Primeiramente, acolhendo e entendendo o que ela pensa e sente. Deixá-la falar sobre é muito importante para conhecê-la. Depois, mostrar caminhos de superação para que alivie os sintomas e desapareça esse rótulo. Ela precisa se libertar daquilo que a faz sentir-se mal.
        Quebrar a rotina também é importante. Experimentar fazer as coisas de outra forma ou em outra sequência, fará com que ela lide com suas expectativas internas e com a sua acomodação, que gera uma falsa segurança.
        Inseri-la em atividades físicas coletivas é um excelente recurso. Ela terá que lidar com as suas demandas internas e com os demais também. Desenvolverá o autorrespeito e o respeito ao próximo.
        Fazê-la dar uma parada nas atividades quando perceber que ela está excedendo os limites também ajudará muito. Gerará uma oportunidade de diálogo, orientando novas formas de resolver a situação sem desgaste de energia e emocional.
        Valorizar mais as qualidades e as vitórias gerará segurança. A segurança trará maior autoestima. Isso é essencial.
        Outro ponto essencial é permitir que a criança desabafe. Permitir falar sobre, chorar, ficar quieta, entender a frustração. FRUSTRAÇÃO!! Precisamos ensinar nossas crianças a lidarem com frustrações, mas este é um outro tema que em breve tratarei aqui.
        






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