
Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
A cada dia que passa as famílias se sentem
mais incomodadas com a escolha da escola para as suas crianças e adolescentes.
Porém, um novo comportamento tem surgido que muito me intriga. Tem ocorrido a
busca por mudança de escola ao menor descontentamento, como se o ambiente fosse
algo que não precisasse ter história acadêmica, de formação humana e ligação
afetiva. Como se o ensino pudesse ser tratado de forma fragmentada: aquela
promete isso e a outra não tem aquilo; essa peca nisso e a outra realiza.
Outro ponto assustador é a tomada de
decisão por uma escola de forma coletiva. Ora, cada família possui seus
objetivos, princípios e valores. Uma escola não pode ser escolhida porque o
colega está ou vai e sim por atender ao que aquela família acredita como
necessária para melhor formação de seus filhos.
Desde 1984 estou inserida como
profissional da educação em instituições de ensino e a cada ano me assusto
ainda mais com a precipitação de das famílias na forma como avaliam as escolas.
O que você busca em uma escola? Qual a
sua visão de educação acadêmica? Você tem ido até a instituição onde seus filhos
estão inseridos para entender o que é feito? Quais os recursos utilizados? Como
realizam os planejamentos? Qual a formação dos docentes? Qual o investimento
realizado na busca da formação continua? Você tem feito parte da rotina da
escola ou apenas a julga pelo que ouve e pelo pouco que vê?
Uma escola é formada por pessoas que se
dedicam à excelência no ensino de acordo com o que acreditam: metodologia;
ferramentas; processo avaliativo; atuação disciplinar; trabalhos
interdisciplinares; formação humana, etc. O que você conhece da escola de seu
filho? Você acompanha os resultados individuais e coletivos da escola? Muito se
tem falado do pouco que muitas vezes é, de verdade, conhecido.
Como podemos ensinar ética e valores às nossas
crianças se as mesmas presenciam suas famílias propagarem informações, muitas
vezes, sem, ao menos, checar a veracidade? Como permitir que o aprendizado se
concretize se desautorizamos a instituição a cada julgamento e desconfiança sem
poupar os discentes?
Uma escola é formada por GENTE. Todo
tipo de gente. É a segunda rede social a qual inserimos os nossos filhos. É lá
que eles crescerão e evoluirão no conhecimento escolar e de vida. Então, quanto
mais a escola conhece a história dos seus filhos, mais poderá contribuir em sua
formação. Quanto mais a escola individualiza, busca conhecer cada necessidade,
mais poderá fazer com que seu filho cresça.
Um outro aspecto muito importante é
entender que a escola atual é diferente. Uma escola não pode ter as mesmas regras
que uma escola de 1970 tinha, por exemplo. O mundo mudou, novas demandas e
necessidades surgiram a começar pela diferença emocional das crianças de antes
e as de hoje. As leis que regem o sistema escolar também mudaram. É preciso ir
até a escola de seus filhos e buscar informações sobre como tem se realizado a
orientação educacional e disciplinar. Muitas situações ocorridas no âmbito
escolar ficam restritas às famílias dos envolvidos.
Enfim, antes de inserir seus filhos em
um ambiente desconhecido, dê oportunidade de conversar com a escola que um dia
foi a sua escolha. Reflita se você não está sendo influenciado por algo no qual
você precisará ir mais a fundo. Não desconsidere a história afetiva com a
instituição. Vá além, analise os resultados das crianças e adolescentes que já
passaram por todo ciclo educacional que a escola oferece. Como estão
academicamente e como pessoas? Isso é FUNDAMENTAL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.