segunda-feira, 3 de junho de 2019

É agosto e me pego reavaliando a escola do meu filho pensando em 2019






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Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais

        
        A cada dia que passa as famílias se sentem mais incomodadas com a escolha da escola para as suas crianças e adolescentes. Porém, um novo comportamento tem surgido que muito me intriga. Tem ocorrido a busca por mudança de escola ao menor descontentamento, como se o ambiente fosse algo que não precisasse ter história acadêmica, de formação humana e ligação afetiva. Como se o ensino pudesse ser tratado de forma fragmentada: aquela promete isso e a outra não tem aquilo; essa peca nisso e a outra realiza.
        Outro ponto assustador é a tomada de decisão por uma escola de forma coletiva. Ora, cada família possui seus objetivos, princípios e valores. Uma escola não pode ser escolhida porque o colega está ou vai e sim por atender ao que aquela família acredita como necessária para melhor formação de seus filhos.
        Desde 1984 estou inserida como profissional da educação em instituições de ensino e a cada ano me assusto ainda mais com a precipitação de das famílias na forma como avaliam as escolas.
        O que você busca em uma escola? Qual a sua visão de educação acadêmica? Você tem ido até a instituição onde seus filhos estão inseridos para entender o que é feito? Quais os recursos utilizados? Como realizam os planejamentos? Qual a formação dos docentes? Qual o investimento realizado na busca da formação continua? Você tem feito parte da rotina da escola ou apenas a julga pelo que ouve e pelo pouco que vê?
        Uma escola é formada por pessoas que se dedicam à excelência no ensino de acordo com o que acreditam: metodologia; ferramentas; processo avaliativo; atuação disciplinar; trabalhos interdisciplinares; formação humana, etc. O que você conhece da escola de seu filho? Você acompanha os resultados individuais e coletivos da escola? Muito se tem falado do pouco que muitas vezes é, de verdade, conhecido.
        Como podemos ensinar ética e valores às nossas crianças se as mesmas presenciam suas famílias propagarem informações, muitas vezes, sem, ao menos, checar a veracidade? Como permitir que o aprendizado se concretize se desautorizamos a instituição a cada julgamento e desconfiança sem poupar os discentes?
        Uma escola é formada por GENTE. Todo tipo de gente. É a segunda rede social a qual inserimos os nossos filhos. É lá que eles crescerão e evoluirão no conhecimento escolar e de vida. Então, quanto mais a escola conhece a história dos seus filhos, mais poderá contribuir em sua formação. Quanto mais a escola individualiza, busca conhecer cada necessidade, mais poderá fazer com que seu filho cresça.
        Um outro aspecto muito importante é entender que a escola atual é diferente. Uma escola não pode ter as mesmas regras que uma escola de 1970 tinha, por exemplo. O mundo mudou, novas demandas e necessidades surgiram a começar pela diferença emocional das crianças de antes e as de hoje. As leis que regem o sistema escolar também mudaram. É preciso ir até a escola de seus filhos e buscar informações sobre como tem se realizado a orientação educacional e disciplinar. Muitas situações ocorridas no âmbito escolar ficam restritas às famílias dos envolvidos.
        Enfim, antes de inserir seus filhos em um ambiente desconhecido, dê oportunidade de conversar com a escola que um dia foi a sua escolha. Reflita se você não está sendo influenciado por algo no qual você precisará ir mais a fundo. Não desconsidere a história afetiva com a instituição. Vá além, analise os resultados das crianças e adolescentes que já passaram por todo ciclo educacional que a escola oferece. Como estão academicamente e como pessoas? Isso é FUNDAMENTAL.

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