
Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais.
Mestre em Educação
Recebi um convite de uma turminha
de 9 anos de idade muito interessada em conversar sobre autoestima. A ideia
partiu de uma observação sobre a fragilidade emocional das crianças de hoje. Elas
mostraram-se muito atentas e fizeram várias perguntas sobre o tema. Essa
participação foi recheada e exemplos de vida, o que mostrou acerto na escolha
do assunto.
COMO VAI SUA AUTOESTIMA?
Crianças
- O que é autoestima?
Fabíola
Sperandio - Autoestima é você se amar, se sentir bem
consigo mesmo e se valorizar. É ter uma ideia positiva, ser seguro e confiante.
É refletir sobre as críticas positivas e não deixar se abalar pelas negativas.
Ter opinião emocional favorável e equilíbrio para decidir o que fará você crescer
e o que pode filtrar e eliminar em relação ao que os outro pensam sobre você. É
não se permitir abalar por opiniões ao ponto de se desconstruir diante delas.
Crianças
- Em que autoestima da criança é
diferente da autoestima de um adulto?
Fabíola
Sperandio - O adulto tem mais maturidade, aprendizado, conhecimentos
e experiências. Ele vai aprendendo a lidar com cada situação do seu cotidiano.
Mas também há adultos sem autoestima. A criança é pura, ainda requer
experiências e maturidade, que vai adquirindo no decorrer da sua vida. Adultos
e crianças precisam aprender a exercitar o amor próprio. Quando aprendo a me
amar, consigo amar o próximo e enfrentar o que acontece ao meu redor.
Crianças
- Que importância a autoestima tem?
Fabíola
Sperandio - A autoestima tem a importância de fazer as
pessoas se sentirem capazes, confiantes e motivadas. Permite um olhar mais real
e otimista da vida. A autoestima proporciona um sentimento valoroso, um olhar
para as nossas características físicas, intelectuais, emocionais e espirituais
que compõem a personalidade. Esse sentimento evolui ao longo do tempo. A partir
dos cinco ou dos seis anos de idade, a criança começa a ter uma noção de como é
vista pelos outros. Começa a notar que existem conceitos diferentes construídos
por diferentes pessoas. Só na fase adulta, entenderá que esses conceitos e
visões do outro em relação a ela são construídos de acordo com a cultura e
vivência/experiências de cada um.
Crianças
- É ruim ter muita autoestima?
Fabíola
Sperandio - A autoestima não pode gerar atos de
desrespeito, arrogância, prepotência. Tudo em excesso é ruim, pois falta limite.
Quando temos muita autoestima corremos o risco de ignorar o outro. Tudo na
medida é o ideal. Estamos sempre em aprendizado, então não podemos ter uma
autoestima que nos envia um comando que estamos prontos e sabidões.
Crianças
- O que é autoestima elevada e baixa
autoestima?
Fabíola
Sperandio - A pessoa que tem uma autoestima elevada quer
sempre melhorar, trabalhar bem em grupo, assumir suas responsabilidades. Ela
não espera que o outro faça por ela e entende que tem o seu valor. A pessoa com baixa autoestima é geralmente
indecisa, não gosta de correr riscos, não possui iniciativas, não procura
realizar seus sonhos. Só pensa e não resolve. É refém do que o outro fala.
Crianças - Como a autoestima pode ser desenvolvida?
Fabíola Sperandio - Quando
busco autoconhecimento. Conhecendo a si mesmo é possível desenvolver
ferramentas de defesa emocional e de avanço pessoal. Quando eu venço uma
dificuldade, envio mensagem interna de motivação. As mensagens viram
referencias para evolução interna e reforço da minha autoestima.
Crianças - Pessoas que confundem autoestima com pensamento positivo podem
sofrer algum tipo de frustração?
Fabíola
Sperandio - Pensamento positivo é gerar um movimento que
tudo dará certo. Ter a certeza de que nada sairá errado e precisamos trabalhar
para isso. Só pensar positivo sem proatividade pode gerar frustração. As
expectativas costumam ser do mesmo tamanho que a frustração. Espero muito,
penso muito, desejo muito e ao deparar com a realidade, muitas vezes, frustro.
Crianças
- Como posso ganhar ou manter a minha
autoestima para que não venha a ter baixa autoestima?
Fabíola
Sperandio - Mantenho a autoestima alta se desenvolvo o
autoconhecimento, cuido da minha saúde e do meu corpo. Olho minhas qualidades e
trabalho os meus defeitos, uso filtro sobre as coisas negativas que me falam,
não permitindo que me diminuam, aprendendo o que é amor próprio.
Crianças
- Como a autoestima pode nos ajudar a
superar as nossa dificuldades enquanto estudantes?
Fabíola
Sperandio - O estudante precisa compreender as suas
necessidades, suas habilidades e competências e investir no seu potencial e aprimorar
o que sente mais dificuldade. Compreender
que é capaz de se superar e se comparar apenas consigo mesmo: avanços que tem
alcançado.
Crianças
- Como a baixa autoestima se manifesta
entre as crianças? Como os pais podem ajudar os filhos?
Fabíola
Sperandio - Muitas vezes as crianças apresentam
isolamento, tristeza, descrédito pessoal, desanimo e lamentações. Os pais podem
ficar atentos ao comportamento e ajudar a identificar as qualidades e levá-los
a sobressair por elas. Paralelamente, vão trabalhando aquilo que o levou a se
sentir tão incapaz, mostrando que é possível superar com esforço e dedicação.
Crianças -
Como o professor pode trabalhar a autoestima dos seus alunos?
Fabíola
Sperandio - O professor tem o papel de valorizar, mostrar
avanço no crescimento. Ajudar o aluno a perceber sua evolução, suas qualidades,
competências e habilidades. Cada um é bom em alguma coisa. Descobrindo talentos
e valorizando, o professor se aproximará do aluno e terá um campo aberto para
trabalhar aquilo que a criança sente que é incapaz ou a incomoda.
Crianças
- E os amigos? Influenciam na autoestima
um do outro? De que forma?
Fabíola
Sperandio - O amigo influencia se você permitir.
Precisamos ensinar as nossas crianças a terem defesa em relação ao que os
amigos falam. Sentimentos ruins como a raiva, medo e frustração são importantes
para o crescimento, entretanto hoje em dia, os adultos estão impedindo as
crianças de sentirem e, através deles, crescerem e se defenderem.
Crianças - Tia Fabíola, deixe um recado para nossas
crianças.
Fabíola
Sperandio - Invistam
em suas qualidades. Trabalhem as suas dificuldades. Faça tudo com leveza e
alegria. A maturidade vai chegando à medida que permitimos nos autoconhecermos.
Busque o autoconhecimento e seja feliz com todo o conjunto que compõem: físicos,
intelectuais, emocionais e espirituais.
Defina metas alcançáveis com um
objetivo de ação. Cuide passo a passo dos seus desejos. Dessa forma, você
aumentará muito sua autoconfiança por meio dos resultados, consequentemente
isso aumenta a sua autoestima.
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