
As férias escolares
estão chegando. O que fazer com o meu pequeno?
Fabíola Sperandio Teixeira
Pedagoga – Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Especialista em Gestão e Organização em Centros Educacionais
Mestre em Educação
As
férias estão chegando e sabia que elas são necessárias? Por mais medo que dê
aos pais só de pensar nesse recesso, é preciso ter um olhar positivo para esse
período.
É
muito saudável a convivência dos nossos filhos no ambiente escolar, mas
precisamos dar-lhes oportunidade de convívio em outros ambientes também. A
nossa correria impede de pensar em possibilidades de passeios e programas.
A
casa da vovó, titia, madrinha e a própria casa possuem recursos fraternos
essenciais para formação humana. Esse resgate proporciona a formação de vínculo
familiar, de convivência e construção da identidade.
Acontece
que nos acomodamos em nos desculpar com a vida em um formato do século XXI e
reproduzimos um discurso de não incomodar o outro, de não atrapalhar, ou de ser
impossível cuidar dos filhos no período de férias, uma vez que a grande maioria
dos pais estão trabalhando e muitas vezes as férias não coincidem.
Vejo
famílias matriculando os seus filhos em berçários durante esses recessos. Fazem
uma transferência dos seus filhos de um local terceirizado para outro. Muitas
vezes até carregados de culpa por essa atitude, mas vamos pensar um pouquinho e
mudar essa ação?
Que
tal encarar esse momento como oportunidade? Oportunidade de mudar a rotina, de
visitar pessoas queridas, de trabalhar menos horas, de usufruir das risadas
gostosas e espontâneas, de brincar e voltar ao tempo.
A
situação tem o peso que damos a ela e vejo em novembro pessoas sofrendo por antecedência
pensando nas férias de seus amados. Daí me pergunto: como nossas mães faziam
quando o ano letivo iniciava em março e terminava em novembro? Calma! Não
precisa se precipitar e responder que os tempos mudaram. Eu já me adiantei que
somos engolidos por essa pensar moderno do século atual.
Claro
que cada família tem uma rotina e uma tradição cultural para essa situação, mas
me arriscarei em dar algumas dicas.
Comece
o período alertando no trabalho que esse momento de recesso escolar chegou.
Mesmo com todo apoio de ajudantes em casa ou de algum membro da família
presente, é natural a criança solicitar a presença dos pais quando está mais
tempo em casa. Ela associa a rotina dos meses do ano escolar e acaba por achar
que a família deveria estar reunida como nos finais de semana.
Ouça
a criança sobre o que ela gosta de fazer, mas quem decide é você. Ouvi-la é
essencial para conhecê-la. Faça uma programação para criança mesmo sem a sua
presença. Deixe uma rotina fixada. Crie rotina para não deixá-la ociosa. A
ociosidade pode gerar ansiedade ou vazio interno.
Aproveite
todas as brincadeiras e todos os passeios para conversar com a criança. O
diálogo é fundamental para estabelecer confiança e o hábito de dividir a
vidinha dela. Os pais que não exercitam esse conversar acabam por sofrer quando
o filho chega à adolescência e se retrai. Se o hábito não for construído de
pequeno, torna-se muito difícil estabelecê-lo depois.
Deixe
a criança conhecer a sua rotina também. Ver onde você trabalha, conhecer
pessoas com quem você se relaciona fora da família a fará perceber o seu mundo
sem ela. Isso constrói a compreensão de que a vida não gira em torno dela, que
possuímos vários papéis na sociedade: pais, profissionais, filhos, amigos. Isso
é o que chamamos de proporcionar exemplos práticos. Ver, ao vivo e em cores, o
que você conta no dia a dia trará frutos de aprendizagem.
Enfim,
as férias estão chegando e elas deverão ser transformadas em ganho na relação
entre pais e filhos. Uma parada para exercer, de maneira diferente, o nosso
papel de genitores.
E
vamos começar a ver as possibilidades para criar a rotina! Vamos que vamos!
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