Ele começou a
namorar: Jesus, Maria, José! E agora?
Fabíola Sperandio
Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
O primeiro namoro do
filho traz um turbilhão de sentimentos e emoções. Agora ele está declarando que
deixou de ser criança. O "ficar" ficou para trás e o compromisso com
alguém veio como uma bomba em meu coração.
Por que é tão difícil enxergar que ele cresceu?
Em seguida, a mãe
protetora aparece como uma general e começa a investigar a vida "da
meliante": quantos anos ela tem?; onde estuda?; com quem ela mora?; quem
são os pais?; onde se conheceram?; por que elaaaaaa? É quando ele dispara em
seu peito: “Mãe, estou como um besta
apaixonado!” Besta? Essa menina mal entrou em nossa vida e já faz meu filho se
sentir um besta? O que está acontecendo? Preciso de água.
A água desce
lavando o desespero e trazendo a calma para prosseguir o diálogo. Meu filho está apaixonado e a besta sou eu,
que me apavorei por ele me mostrar que a criança se foi e recebi um homem no lugar. Um homem
lindo que veio dividir com a mãe a
beleza dessa experiência. Preciso me recompor.
Então, filho, -
dirijo-me docemente a ele, - será um prazer conhecer a sua namorada. Quando
poderei conhecê - la, quando retornar da
vovó? Uma pausa e ele dispara: “Mamãe, a convidei para ir comigo e ela aceitou.” O
quê? Já vão viajar juntos? Essa juventude!
Me recompus novamente, e disparei
um: Que legal, meu filho! Os pais dela
confiam em você!
E agora? Agora é
preparar a avó. Ligo, rezando para não atender para que eu possa ganhar tempo.
Ela atende no segundo toque. Mamãe, tudo
bem aí? Então, a senhora irá receber o José
para as férias por quatro dias. Sei o quanto você o ama, mas ele irá levar a
Maria. Mamãe suspira e dispara: “JESUS!”
Quase que apliquei o golpe da ligação estar ruim e desliguei, mas
imediatamente elacompletou: “Até que
enfim esse menino resolveu trazer uma moça para cá. Foi decidir assumir alguém só agora aos 20
anos, filha! DEMOROU!”
Vinte? Meu filho já
está com 20 anos? Como esse tempo passou assim, tão rápido?! A mamãe está mais
preparada do que eu?! Na minha época, ela não era “light” assim. Por que mudam
tanto quando são os netos? Essa é uma outra questão. Agora o que importa é que meu filho cresceu e
está feliz!
Combinados com os
filhos sobre o tema é essencial. Estabelecer uma idade para que os filhos
comecem a namorar é função dos pais. O assunto pode ser introduzido a partir do
momento em que a curiosidade aparece, através da rotina do diálogo estabelecido
em casa. Regras claras e limites
estabelecidos evitam conflitos posteriores,
o que não significa agir de forma autoritária.
Uma busca sobre os
interesses dos filhos é essencial para identificar o que se passa na vidinha
deles nesse momento que estão se despertando para o sexo oposto. Isso precisa
ocorrer antes do primeiro relacionamento do " seu bebê". Por volta
dos 11 e 14 anos de idade, a dificuldade em compreender os próprios sentimentos
impossibilita qualquer autossuficiência. Dialogar, questionar, instruir é uma
atitude de amor. Tudo depende de como a conversa é conduzida, como DIÁLOGO e
não monólogo, no qual os pais perguntam e já respondem, queixa muito encontrada
em meu consultório. Conte um pouco da sua história, divida as suas experiências
amorosas. Será um excelenterecurso de aproximação e troca. Use bastante humor
para quebrar o gelo. Em seguida, como os tempos mudaram, alerte quanto ao mundo
atual.
Um alerta
importante! A relação entre mães/pais e filhos até pode garantir uma
desenvoltura de diálogo pela amizade construída, mas os estudiosos em relações
humanas, principalmente nas que envolvem adolescentes, são quase unânimes:
mães/pais podem ser amigos de seus filhos, mas, antes de tudo, possuem papel
importante na educação e formação humana das crianças, o que exige impor
limites e disciplina no dia a dia.
Chegar ao equilíbrio
da forma correta de se aproximar de seus filhos, sem invadir a tão falada
privacidade, não é tarefa fácil, já que os pais constantemente são vistos pelos
adolescentes de modo crítico. Ressalto que, muitas vezes, não é a conversa que
está faltando, mas sim a construção de um espaço de confiabilidade e nunca é
tarde para começar. Boa sorte!
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