Parece-me
que é este o desejo que vejo nos olhos da mãe ao
entrar em minha sala: gritar por socorro!
Mas afinal o que representa para a mãe, escola e principalmente para
este adolescente estar no 6º ano?
Para a mãe é uma incógnita. De repente, aquele filhinho doce, meigo, que
até aceita os seus comandos está diferente. E ela se pergunta: por que ele não
quer mais usar o lápis da cor que eu apontei? Ou a mãe já o deixa de lado e
diz: Você já está no 6º ano, filho, já é capaz de fazer tudo sozinho.
O filho, o adolescente que até o 5º ano era tratado como criança, que
chamava a professora de tia e tinha o tempo que precisava para fazer as
atividades escolares, se “obriga” a crescer. Agora, possui 50 minutos para cada
aula; não tem mais tia e, sim, 11 professores; não é mais tratado como criança
e, sim, como adolescente. Olha no espelho e vê que o seu corpo também não é
mais o mesmo. E pensa: o que está acontecendo, cara?!
E a escola? Bem, a escola tenta integrar o desespero da mãe, a angústia
do filho com a Pedagogia, Psicologia e Psicopedagogia. Procura explicar este
processo de transição diminuindo esta ansiedade.
Ah, 6º ano! Apesar da mudança brusca, este processo é necessário. Assim
como o nosso filhinho aprendeu andar engatinhando, o nosso adolescente irá
aprender a organizar a agenda, criar o hábito de estudo, fazer cada uma das
provas semanais em 50 minutos, executar as tarefas das 5 aulas e ainda ter
tempo para o Inglês, Dança, Karatê, Capoeira e depois, ainda com autonomia ser
criança.
Neste momento é preciso entender este período de adaptação e acreditar
que ele irá passar com êxito mais esta provação. E não será a última.
Enfrentará mais tarde a transição para o ensino médio, o vestibular, a
universidade....
É importante deixá-lo vivenciar esta experiência. Deixá-lo ser
responsável pelas suas atividades, não fazer por ele, não justificar suas
falhas. O adolescente-aluno terá que apropriar-se do conhecimento, dominando-o,
vivenciando as experiências decorrentes do contato dele com o mundo e as
pessoas. Permitir que ele se integre ao saber é oportunizar o conhecimento
apreendido para poder utilizá-lo. Escola e família devem proporcionar a este
educando um espaço educativo que permita a confiança e a liberdade.
Ser aluno do 6º ano é maravilhoso! Por isso a escola se preocupa em
proporcionar estratégias de motivação em sala de aula para ajudar este aluno a
obter um melhor rendimento: tarefas diversificadas, exercícios que ajudam na
atenção, informação a respeito do tempo de que dispõe para a realização das
atividades, esclarecimentos sobre o seu desempenho, experiências que aumentam a
autoestima.
Investir em características associadas à socialização é uma outra forma
de estimular o aluno. Atividades cooperativas, por exemplo, colocam os alunos
em confronto, provocando desequilíbrio / acomodação e o consequente aumento do
conhecimento.
Agora já é possível tirar o “socorro!” e só dizer:
Meu filho está no 6º ano! Que bom! Meu filho está crescendo!
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga-Psicopedagoga
Terapeuta de família e casais
Pedagoga-Psicopedagoga
Terapeuta de família e casais
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