segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Socorro! Meu filho está no 6º ano!






Socorro! Meu filho está no 6º ano!

      Parece-me que é este o desejo que vejo  nos  olhos  da  mãe  ao entrar em minha sala: gritar por socorro!
Mas afinal o que representa para a mãe, escola e principalmente para este adolescente estar no 6º  ano?
Para a mãe é uma incógnita. De repente, aquele filhinho doce, meigo, que até aceita os seus comandos está diferente. E ela se pergunta: por que ele não quer mais usar o lápis da cor que eu apontei? Ou a mãe já o deixa de lado e diz: Você já está no 6º ano, filho, já é capaz de fazer tudo sozinho.
O filho, o adolescente que até o 5º ano era tratado como criança, que chamava a professora de tia e tinha o tempo que precisava para fazer as atividades escolares, se “obriga” a crescer. Agora, possui 50 minutos para cada aula; não tem mais tia e, sim, 11 professores; não é mais tratado como criança e, sim, como adolescente. Olha no espelho e vê que o seu corpo também não é mais o mesmo. E pensa: o que está acontecendo, cara?!
E a escola? Bem, a escola tenta integrar o desespero da mãe, a angústia do filho com a Pedagogia, Psicologia e Psicopedagogia. Procura explicar este processo de transição diminuindo esta ansiedade.
Ah, 6º ano! Apesar da mudança brusca, este processo é necessário. Assim como o nosso filhinho aprendeu andar engatinhando, o nosso adolescente irá aprender a organizar a agenda, criar o hábito de estudo, fazer cada uma das provas semanais em 50 minutos, executar as tarefas das 5 aulas e ainda ter tempo para o Inglês, Dança, Karatê, Capoeira e depois, ainda com autonomia ser criança.
Neste momento é preciso entender este período de adaptação e acreditar que ele irá passar com êxito mais esta provação. E não será a última. Enfrentará mais tarde a transição para o ensino médio, o vestibular, a universidade....
É importante deixá-lo vivenciar esta experiência. Deixá-lo ser responsável pelas suas atividades, não fazer por ele, não justificar suas falhas. O adolescente-aluno terá que apropriar-se do conhecimento, dominando-o, vivenciando as experiências decorrentes do contato dele com o mundo e as pessoas. Permitir que ele se integre ao saber é oportunizar o conhecimento apreendido para poder utilizá-lo. Escola e família devem proporcionar a este educando um espaço educativo que permita a confiança e a liberdade.
Ser aluno do 6º ano é maravilhoso! Por isso a escola se preocupa em proporcionar estratégias de motivação em sala de aula para ajudar este aluno a obter um melhor rendimento: tarefas diversificadas, exercícios que ajudam na atenção, informação a respeito do tempo de que dispõe para a realização das atividades, esclarecimentos sobre o seu desempenho, experiências que aumentam a autoestima.
Investir em características associadas à socialização é uma outra forma de estimular o aluno. Atividades cooperativas, por exemplo, colocam os alunos em confronto, provocando desequilíbrio / acomodação e o consequente aumento do conhecimento.
Agora já é possível tirar o “socorro!” e só dizer: Meu filho está no 6º ano! Que bom! Meu filho está crescendo!

Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga-Psicopedagoga
Terapeuta de família e casais 


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