segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Quem é diferente: você ou eu?





EMPATIA
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga – Psicopedagoga – Terapeuta de Família e Casais
Diretora Pedagógica da Comunidade Educacional “O Pequeno Príncipe / Studium”


Acompanhando o trabalho dos professores e adolescentes durante o desenvolvimento do projeto da REVISTA STUDIUMAIS 2014, senti uma enorme vontade de escrever sobre empatia.
Acredito que o tema tenha uma ligação direta com tudo o que foi desenvolvido no Projeto Solidariedade deste ano.
Empatia significa estar disposto a se colocar no lugar do outro e deixar-se tomar por emoções e sentimentos, promovendo o entendimento da situação vivenciada. Então, quer mais apropriado para completar um trabalho sobre crianças e pessoas com necessidades especiais do que falar em empatia?
Estamos precisando urgentemente  dar uma parada para investir em valores que nos tornem mais próximos uns dos outros.
O que são necessidades especiais? Quem necessita de um trabalho inclusivo?
Como educadora, não me intimido nem um pouco em afirmar que todos nós somos especiais e precisamos, mesmo que em algum momento, de um processo de inclusão.
Acredito que não devemos apenas nos debruçar em estudos que nos capacitem a lidar com as crianças com déficit de atenção, autistas, hiperativas, mas em um estudo muito profundo para ajudar todos os que, de alguma forma, sentem-se excluídos do processo escolar ou social.
Será que uma criança que não possui habilidades e competências esportivas não sofre, em algum momento, uma exclusão? A criança ou adolescente que tem muita capacidade para área de humanas e “sofre” no aprendizado das disciplinas de exatas também é merecedora de um trabalho especial, não é mesmo?
Aí chamo a atenção para um olhar generoso de todos, não só do corpo docente e discente (professores e alunos), porém para as famílias.  Precisamos sensibilizar toda a comunidade para que trabalhe na formação moral de nossos pequenos.  Formação essa que se inicia na maior de todas as instituições  sociais, a família. Não podemos deixar que a empatia apareça como uma ação rara. Percebemos a facilidade de todos em realizar julgamentos e críticas severas quando se deparam com o diferente.
Quem é diferente? TODOS! Somos únicos! E as diferenças é que proporcionam a beleza, a vida!
Vamos individualizar as nossas relações. Para que comparar? Cada um com as suas habilidades e competências. Cada um com seu valor. E todos crescendo e amadurecendo. Amadurecer também, em alguns momentos da vida, significa entender nossas limitações e  enfrentá-las com empatia, objetividade, dinamismo e determinação.
Se agirmos de modo diferente, estaremos contrários ao processo de inclusão. Incluir não é expor, apontar, criticar, humilhar, ofender. Incluir é nem perceber no processo, que alguém se destaca pela dificuldade, mas é olhar o todo e reconhecer que juntos  somos  fortes e completos. É encontrar, dentre um grupo: o bom de bola; o excelente em cálculos; o contador de histórias; o  dinâmico e espontâneo,  que faz o grupo agir; o reservado, que nos ensina  a importância do silêncio; o caridoso, que realça  a essencialidade do olhar  cuidadoso.

Quando falo em olhar generoso, clamo por uma formação de jovens sensíveis ao outro. Esse clamor é por desejar um mundo melhor para eles mesmos. Mundo esse que muitas vezes não consegue ser visto pelo imediatismo  o qual vivemos. É preciso empatia para enxergar a essência do outro, e não está além de  um dos  conceitos  da palavra, que é compreender emocionalmente  outra pessoa em  suas diferentes manifestações, em sua  diversidade, em sua individualidade.



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