IMPEACHMENT: O QUE POSSO APRENDER E ENSINAR AOS MEUS PEQUENOS
Fabíola Sperandio Teixeira do Couto
Pedagoga- Psicopedagoga
Terapeuta de Família e Casais
Tudo na vida é aprendizado, incluindo
o comportamento dos nossos representantes no plenário. Vê-los expressar o voto
me levou à reflexão: o que ensinamos e o que aprendemos com cada um que subiu e
expressou a sua opinião?
Sim, estamos em um país
democrático onde a liberdade de expressão precisa ser preservada. Mas liberdade
significa ser livre para escolher e manifestar, porém sem esquecer a forma de
expressão. Em que momento falhamos ao propagar esta regra? Onde as famílias e
as escolas erraram com estes representantes populares?
Não vou entrar no mérito da
escolha através do voto, ou seja, não falarei aqui sobre a omissão ou a acomodação
na hora de eleger tais representantes. Citarei aqui o mau exemplo que esses
representantes nos deu nos últimos dias.
As crianças estão carentes de
bons exemplos. E nesta semana receberam uma avalanche de informações recheadas
de desrespeito e falta de educação. Homens e mulheres de culturas variadas,
classes sociais de “A a Z” apresentando o mesmo comportamento. O que acontece
com estas pessoas? Por que defenderam a sua opinião de forma deselegante e
ofensiva?
Só me resta voltar o meu olhar
para o que mais amo fazer, com certeza não é política, mas EDUCAÇÃO.
Direcionando para o que busco aprender e ensinar
diariamente, aproveito a tão falada época de insatisfação para alertar família
e a escola sobre a importância de trabalharmos a criticidade, o respeito às diferenças,
a importância das regras, o conceito de autoridade, a importância da
hierarquia, o aprimoramento cultural e político e a diplomacia ao explanar as
ideias.
Uma criança que não aprende o que é hierarquia
familiar, jamais saberá lidar com a hierarquia escolar e social. Uma criança,
em um lar desrespeitoso, não saberá respeitar o próximo, já que o seu próximo
mais próximo (seus pais) não se dá o respeito. Estamos em um momento de
URGÊNCIA de revisão da nossa organização familiar sobre os ensinamentos dos nossos pequenos e
suas regras sociais.
Em que momento nos perdemos?
Acredito que quando saímos para batalha profissional e financeira nos dedicamos
tanto a esta ascensão em prol dos benefícios materiais que nos permitimos ser
omissos e permissivos com os nossos filhos. O tal: “vou dar tudo que nunca
tive”; “papai viajou muitos dias, mas comprou isso”; vou até a escola porque
não aceito ...”; “mete a mão filho, não traga desaforo para casa”; “filha minha
não é retirada de sala nem precisa cumprir regra”. E para finalizar, “Quem é esse professor?” Passamos
a mensagem de que eles podem tudo e aprovaremos qualquer conduta.
Só que agora isso está pesando.
Nossas crianças estão perdidas em meio a esta “selva social”. O que era parte
de seu crescimento passou a ser afronta e motivo de desavença entre os
amiguinhos e as famílias dos amiguinhos: “minha mãe não quer que eu ande com a
fulana porque ela é nossa inimiga”. Inimiga? Uma criança de 5 anos? O que ela
fez de tão grave?
Onde estão os valores? Atitudes
obrigatórias de uma educação de “berço” virou qualidade. A criança que diz: “bom
dia! Como vai a senhora? “ Passou a ser diferenciada. Mas isso não deveria ser
o mínimo da boa educação? Dar lugar na fila para alguém mais necessitado sempre
foi o correto, hoje a criança não permite por ter que ser “esperta”. Esperteza?
Como assim?
Basta acompanhar o trânsito de
qualquer cidade. Homens e mulheres com crianças dentro do veículo assistindo a
cenas de desrespeito às regras de transito e ainda xingando os condutores que
entram em seu caminho. Como exigir do filho um comportamento diferente?
Outro dia estava conversando com
uma criança que havia tratado com muito descaso uma profissional da faxina. Ao
abordá-la para procurar entender o motivo, fiquei bastante surpresa. A criança
não conseguia entender que havia feito algo desrespeitoso simplesmente porque assistia
a um membro da família dirigir da mesma forma aos profissionais de restaurantes
ao fazer pedidos. Para meu espanto ainda maior, quando ele entendeu o que eu
refletia com ele, pediu-me para fazer a mesma reflexão com seus pais, pois
passou a indignar-se e queria corrigi-los.
Domingo o país parou para
assistir à votação. Famílias reunidas em frente à televisão. Os comentários
foram diversos na frente das nossas crianças. Alguém já parou para perguntar o
que os jovens pensam disso tudo? Aproveitaram para utilizar os exemplos a favor
da “evolução social?” Será que vamos ficar paralisados e esperar os nossos
pequenos crescerem para repetirem o mesmo feito?
Clamamos por um mundo melhor.
Imploramos por uma vida mais harmoniosa e de paz. O que temos feito para isso?
Esperar por mudança? Não permita seu filho gritar com você! Não saia em defesa
de sua criança sem conhecer os vários lados da história. Não ensine seu filho a
“lei da vantagem”. Volte URGENTEMENTE para os ensinamentos dos nossos avós. Saia
do comodismo! Criar um filho é oferecer condições materiais, escola e todas
obrigações de pais. Educar um filho é oferecer valores e desenvolver
habilidades e competências para o seu sucesso pessoal e profissional. Você está
criando ou educando seu filho?
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